Banqueiros não apresentam contraproposta e negociações são interrompidas
Negociação será restabelecida tão logo Fenaban sinalize com algo concreto. Comando Nacional dos Bancários se reúne hoje em São Paulo para apontar próximos passos da campanha salarial
A falta de uma contraproposta concreta para as reivindicações econômicas da campanha salarial nacional de 2007 por parte dos banqueiros, cujas negociações vêm arrastando-se desde a semana passada, levou o Comando Nacional dos Bancários a suspender ontem a reunião com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). A questão da garantia no emprego nem chegou a entrar em pauta, conforme estava previsto para o terceiro bloco de negociações.
Em seu site www.contrafcut.org.br, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) informa que a expectativa era que o processo de negociação trouxesse algum avanço a cada bloco temático. Como isso ainda não ocorreu em relação às cláusulas econômicas, o Comando Nacional chegou à conclusão de que não havia o que continuar negociando. A negociação será restabelecida, portanto, assim que a Fenaban sinalizar com algo concreto.
Diante do impasse, o Comando Nacional dos Bancários reúne-se nesta sexta-feira, dia 14 de setembro, em São Paulo (SP), para avaliar o processo, definir calendário de mobilização e apontar os próximos passos da campanha salarial deste ano.
Dia Nacional de Luta e Mobilização
O site da Contraf/CUT na internet registra que diversas bases sindicais realizaram atividades para marcar, assim, o Dia Nacional de Luta e Mobilização, realizado ontem. Visitas a agências bancárias, distribuição de manifesto à população, retardamento na abertura de unidades, protestos, manifestações e passeatas ocorreram por todo o país, para pressionar os banqueiros e as direções dos bancos públicos federais.
A orientação é para que as entidades sindicais continuem a investir pesado na mobilização dos bancários em todo o país, de modo a forçar os bancos a negociarem com seriedade. O calendário prevê mais atividades para os próximos dias, a exemplo da negociação específica com a Caixa e da realização de passeatas e assembléias (dia 19 de setembro), de novo Dia Nacional de Luta e Mobilização e de negociação com a Fenaban (dia 20 de setembro) e da plenária nacional (dia 25 de setembro).
Todas essas atividades vão culminar com reuniões da Contraf/CUT com autoridades em Brasília (DF), agendadas para a última semana de setembro. Os encontros foram solicitados com as seguintes autoridades: Guido Mantega/ministro da Fazenda (regulamentação do sistema financeiro no Brasil), Tarso Genro/ministro da Justiça (segurança bancária), Carlos Lupi/ministro do Trabalho e do Emprego (ampliação da fiscalização juntos aos bancos para combater a terceirização e a interposição fraudulenta da mão-de-obra), Luiz Fernando Corrêa/diretor-geral da Polícia Federal (segurança bancária), Henrique Meireles/presidente do Banco Central (fiscalização do sistema financeiro), Aloísio Mercadante/presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal (sistema financeiro brasileiro), Paulo Paim/presidente da Subcomissão Permanente do Trabalho e Previdência do Senado Federal (bancarização - precarização - Convenção 158 da OIT e interdito proibitório), Cezar Silvesti/presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados (tarifas bancárias), Cláudio José Montesso/presidente da Anamatra (interdito proibitório) e Raphael de Barros Monteiro Filho/presidente do Superior Tribunal de Justiça-STJ (interdito proibitório).