Desemprego em SP tem menor taxa desde outubro de 96
DEISE DE OLIVEIRA
da Folha Online
Após três meses de estabilidade, o desemprego na região metropolitana de São Paulo ficou em 14,4% em outubro, segundo pesquisa da Fundação Seade e do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgada nesta quarta-feira. Trata-se uma queda de 4,6% sobre setembro, quando a taxa havia ficado em 15,1%. O recorde anterior para meses de outubro era de 1996, quando o índice de desemprego foi de 14,8%.
Já a taxa de desemprego em seis regiões metropolitanas do país --Belo Horizonte, Distrito. Federal, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo-- registrou queda para 15% em outubro, ante taxa de 15,5% em setembro, segundo os mesmos dados da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego).
No mês passado, o contingente de desempregados nas seis regiões foi estimado em 2,945 milhões de pessoas, 62 mil a menos que em setembro. As ocupações geradas (224 mil) foram em quantidade suficiente para absorver a entrada de pessoas no mercado de trabalho (161 mil).
Já o número de ocupados nas seis regiões foi calculado em 16,644 milhões de pessoas, e a PEA (População Economicamente Ativa) em cerca de 19,589 milhões.
Com exceção de Belo Horizonte, onde o desemprego subiu 0,9%, para 11,5%, as demais regiões anotaram recuo. No Distrito Federal caiu 1,2%, para 17,1%; em Porto Alegre caiu 3,1%, para 12,4%; em Recife recuou 2,1%, para 18,8%; e, Salvador caiu 0,9%, ficando em 21,5%, além de São Paulo, que caiu 4,6%, para os 14,4%.
São Paulo
No mês passado, o contingente de desempregados foi estimado em 1,482 milhão de pessoas em São Paulo --58 mil a mais do que em setembro.
O nível de ocupação (8,812 milhões) em São Paulo em outubro cresceu 1,7% em relação ao mês anterior (8,661 milhões). Por setor, houve crescimento de 7,4% na categoria Outros Setores, que inclui a construção civil e os serviços domésticos; de 1,6% em Serviços e 0,7% na indústria.
Segundo o Dieese, o Comércio "manteve-se relativamente estável pelo segundo mês consecutivo, com queda de 0,2%".
De acordo com a entidade, a taxa de desemprego caiu em São paulo devido ao crescimento de 1,7% da ocupação, o que correspondeu a 150 mil novas ocupações.
Renda em alta
Em São Paulo, o rendimento médio real dos ocupados e assalariados avançou entre agosto e setembro. A renda dos ocupados subiu 2,7%, para R$ 1.140, e a dos assalariados, 2,9%, para R$ 1.207 mil. Em relação ao ano passado, os rendimentos médios reais de ocupados e assalariados recuaram 4,6% e 4,2%, respectivamente.
Já no conjunto das seis regiões, entre agosto e setembro deste ano, o rendimento médio real dos ocupados e o dos assalariados registrou alta de 1,1% e 1,4%, respectivamente. Em valores monetários, os rendimentos passaram a R$ 1.061 e R$ 1.140.
IBGE
Na semana passada, o IBGE divulgou que em outubro a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país --o órgão inclui o Rio de Janeiro e exclui Distrito Federal-- ficou em 8,7%, registrando uma variação negativa de 0,3% em relação a setembro --considerada como estabilidade pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que iniciou o levantamento em março de 2002.