Logo

Dieese: cenário econômico colabora para crescimento da massa salarial

Seeb SP   
23 /08 / 2007

O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgou na manhã desta sexta, dia 17, na sede do Sindicato, o balanço das negociações dos reajustes salariais no primeiro semestre de 2007. De acordo com o levantamento realizado pelo Sistema de Acompanhamento de Salários (SAS), os trabalhadores brasileiros obtiveram resultados satisfatórios. De 280 unidades de negociação salarial analisadas, 97% apresentaram reajustes equivalentes ou superiores ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desses reajustes, 88% trouxeram ganhos reais, dos quais 40% são superiores a 1,5%.

Entre os setores econômicos, a situação mais favorável é a da indústria, onde 93% das negociações realizadas resultaram em aumentos reais e menos de 1% ficou abaixo da variação do INPC-IBGE. Nos serviços, estes percentuais corresponderam a 85% e 3%, respectivamente e, no comércio, a 82% e 7%.

A grande maioria dos reajustes (85%) foi estabelecida em convenções coletivas de trabalho, ou seja, nas negociações entre entidades representativas de trabalhadores e empresários, enquanto o restante (15%) foi resultado de acordos coletivos de trabalho (negociações diretas entre sindicatos e empresas). O estudo do Dieese verificou também maior proporção (88%) de convenções coletivas com reajustes superiores à variação do INPC-IBGE do que de acordos coletivos (83%).

Cenário - Apesar de pequeno, o crescimento econômico constante dos últimos três anos é apontado como um dos fatores para o expressivo resultado alcançado pelos trabalhadores. "A continuidade do crescimento oferece às empresas segurança para fazer investimentos de médio e longo prazo", acredita o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio.

A taxa de desemprego que permanece em queda e a baixa taxa de inflação são mais dois pontos que favorecem o ambiente de negociação que gera reajustes salariais mais altos. Isso, no entanto, não significa crescimento salarial expressivo. "Há recuperação na renda média, mas é lenta. E os trabalhadores, por sua vez, querem de volta o que perderam para as altas inflações, esse é o grande desafio do movimento sindical", disse Clemente.

O empenho desse movimento sindical em assegurar melhores condições de remuneração é mais uma das causas do bom resultado. Desde 2004 aumenta gradativamente a proporção de negociações que conquistam aumentos reais no momento da data-base.

O presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, lembrou que o sentimento dos trabalhadores ainda é de que, apesar de todos os esforços, o aumento real não existe. "Foram muitos anos de inflação alta e corrosão dos salários. Daqui para frente os trabalhadores devem começar a perceber a recuperação." Ele destacou também que o ambiente favorece outras formas de reajustes como a implementação ou a melhoria dos Planos de Cargos e Salários (PCS), que representam aumentos contínuos. E defendeu a unificação das datas bases das categorias como forma de fortalecer os trabalhadores em suas negociações.

Template Design © Joomla Templates | GavickPro. All rights reserved.