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Encontro estadual classista discute fundação da nova central


Encontro Estadual de diversas categorias, ocorrido na última sexta-feira (09), lotou o auditório do Sindicato dos Bancários da Bahia. Representantes de cerca de 50 entidades, entre sindicatos, federações e confederações de trabalhadores ligadas à Corrente Sindical Classista (CSC), discutiram a participação dos delegados da Bahia no Congresso Nacional de fundação da nova central, classista e democrática, marcado para os dias 12, 13 e 14 de dezembro, em Belo Horizonte (MG). Outros temas abordados no evento foram conjuntura nacional e a atualidade do sindicalismo brasileiro.

O movimento pela formação de uma nova central tomou corpo em todo o país. Até agora, mais de 500 sindicatos realizaram assembléias e aprovaram a desvinculação da CUT e a construção da nova entidade, com nome provisório de Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). A repercussão em todo o país é grande, tanto que está prevista a realização de muitas outras assembléias para esta semana sobre a saída da CUT.

"A participação de diversas entidades da capital e do interior e de vários segmentos da sociedade, como trabalhadores rurais, da área médica, da construção civil, metalúrgicos, rodoviários e comerciários, demonstrou que a CTB está se formando em bases sólidas", afirmou Aurino Pedreira, coordenador da CSC-BA, que acrescentou que o movimento já formou uma comissão provisória para organizar a construção da nova central.

Adilson Araújo, ex-dirigente da CUT e membro da Coordenação do Movimento Pró-Central Classista e Democrática, ressalta que o nascimento da CTB elegeu como vértice de sua atividade a luta em defesa dos trabalhadores, sobretudo nesse processo de sucessivos ataques, que vão desde a intenção do patronato em aprovar a Emenda 3, medida que precariza as relações trabalhistas, à ameaça do projeto de privatizar a revidênciaSocial.

PARTICIPAÇÃO

O encontro contou com a participação do Sindicato dos Bancários da Bahia, APLB, ASPOL, Fetrab, Seeb-Itabuna, Sindprev, FEBA/SE, Rodoviários, Sindmoto, STTR-São Félix, Sinposba, Sindportuário, Sintracom, MSTS, Metalúrgicos-Feira, STIM-BA, Sindpedra, Sindsaúde Rede Privada, Fetracom, Base Simpojud, Sindcomerciário, OP ASSUFBA, Alimentos, Sindpan, Sindladrilhos, OP Taxista, STR-Amargosa, Sindados, Sinergia, STIM-Simões Filho, Sindmed, FABS, Sindvigilante-Camaçari. Representantes do Sindicalismo Socialista Brasileiro (SSB), ligados ao PSB (Partido Socialista Brasileiro), e o vereador Everaldo Augusto (PCdoB-BA) também participaram do encontro.




Luta classista mais forte

A criação da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) é prova de que o movimento sindical passa por uma fase de intensa recomposição. A fusão entre a Ciols e a CMT, que resultou na criação da Confederação Sindical Internacional (CSI), no final do ano passado, e a refundação da Federação Sindical Mundial (FSM) são exemplos do cenário no exterior. No Brasil, vimos a fusão da CGT, CAT e SDS e criação da União Geral dos Trabalhadores (UGT), o surgimento da Nova Central, do Conlutas e da Intersindical.
A CTB, nesse contexto, tem um comprossimo ímpar, o de promover o sindicalismo de classe no país e recompor a unidade das lutas dos trabalhadores em um outro patamar. Com a perda de autonomia da Central Única dos Trabalhadores (CUT) diante dos governos, diversas categorias comprometidas com a ampliação dos direitos trabalhistas têm fortalecido essa necessidade. Na Bahia, o encontro da última sexta-feira, entre dezenas de federações e sindicatos ligados à Corrente Sindical Classista (CSC) e ao Sindicalismo Socialista Brasileiro (SSB), demonstra que a fundação da CTB está a todo vapor. O evento atesta o anseio que toma conta do movimento sindical, que vai desaguar no Congresso Nacional de fundação, em dezembro.
A CSC, pela trajetória que possui, tem a obrigação de atuar nesta reconfiguração nacional, sobretudo por seu amadurecimento histórico. Em 1996, repudiou publicamente o malfadado acordo da Previdência que a cúpula da CUT chegou a negociar com FHC. Mais recentemente, a CSC liderou uma vitoriosa campanha nacional contra a proposta de reforma sindical encaminhada pelo Ministério do Trabalho ao Congresso Nacional e respaldada pela maioria da CUT, a famosa PEC 369. No 9º Concut, o núcleo duro da força majoritária, através de manobras desleais, afastou a CSC da direção estadual.
Agora, é preciso força e determinação. A criação da CTB já representa uma grande conquista. Significa o rompimento radical com uma estrutura do movimento sindical subordinada a governos e em estado de sonolência.  Mas nada de oposição à CUT. A CTB tem uma responsabilidade maior, a de fortalecer as lutas classistas e promover maior valorização do trabalhador. Isso, só se conquista com autonomia e independência.
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