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Entidades ocupam ANP nesta terça (27)

"Leilão é privatização - o petróleo é nosso e não abrimos mão"


No mesmo momento em que ocorre o 9º leilão de venda de áreas de exploração do Petróleo, em um hotel na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, cerca de 300 manifestantes ocupam a sede da Agência Nacional do Petróleo (ANP), na Av. Rio Branco, centro do Rio.


Militantes da CUT Nacional, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), da FUP (Federação Única dos Petroleiros), do Sindipetro-SP, CUT-RJ e de outros sindicatos de petroleiros e entidades do movimento social ocupam desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira, 27, a sede da Agência.


A Polícia Militar está postada do lado de fora, e já ameaçou agredir os manifestantes, que mesmo sob ameaça, resistem e permanecem na ocupação entoando palavras de ordem como "Leilão é privatização - o petróleo é nosso e não abrimos mão", informou por telefone o petroleiro e membro da executiva nacional da CUT, Antonio Carlos Spis. "Ocupamos as salas e queremos uma audiência com o Haroldo Lima, secretário geral da ANP, ligado ao PCdoB, para exigir a suspensão do leilão. Não há previsão para desocupação, mas estamos preocupados com a repressão policial e também dos seguranças armados do prédio", comentou Spis.



Leilão é privatização

Com esse mote, entidades nacionais que compõem a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) se lançaram contra o 9º leilão das áreas de exploração. Os leilões começaram a ocorrer em 1998, após a quebra do monopólio estatal do petróleo ocorrida em 1997, sob o governo FHC. De lá para cá, anualmente, o governo promove vendas de áreas para exploração de empresas multinacionais. A Petrobrás também concorre. Em 2006, uma ação judicial suspendeu o 8º leilão; este ano, o governo retirou da oferta 41 lotes localizados no campo Tupi, megareserva recém-anunciada pelo governo. Outros 270 lotes estão sendo leiloados pelo governo entre esta terça e quarta (28).


No dia 22 as entidades já haviam feito uma manifestação, que contou com cerca de 1.000 participantes. Na ocasião, uma passeata saiu da Candelária até a Câmara Municipal do Rio de Janeiro.


"Para nós esse leilão é um crime de lesa-pátria. Não é possível que o presidente Lula, perante essa perspectiva proporcionada pela recém-anunciada Bacia de Santos, permita a entrega do patrimônio do povo brasileiro ao capital privado", ressalta Spis.

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