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MST e sindicatos ocupam ANP em protesto contra leilão

Integrantes do MST, do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro), da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e da CUT ocuparam no final da manhã desta terça-feira (27) a sede da Agência Nacional de Petróleo (ANP), no Rio de Janeiro, em protesto contra o leilão de áreas de petróleo.

Cerca de 300 pessoas estiverma na ocupação desta terça

Cerca de 300 manifestantes ocuparam a portaria da sede da ANP, na Avenida Rio Branco, no Centro do Rio. Eles exigem o cancelamento dos leilões do petróleo e gás brasileiros e que sejam revistas todas as áreas leiloadas até agora, que correspondem a cerca de 50% das áreas com potencial petrolífero. Os manifestantes prometem só deixar o local depois de atendidas suas reivindicações.


Segundo o tesoureiro da CUT, Antônio Carlos Spis, o movimento reivindica a permanência das reservas existentes no Brasil sob gestão estatal.


"Pra nós, leilão de petróleo é crime de lesa-pátria. É ataque à soberania nacional. Nesse momento em que a Petrobras apresenta um megacampo na Bacia de Campos, seria hora de discutir o problema", disse o tesoureiro da CUT.


"O movimento não tem prazo para acabar, vamos ficar aqui pelo menos estes dois dias", disse o diretor do Sindipetro, Francisco Soliano, que afirma que "estão vendendo irresponsavelmente o País".


De acordo com nota do MST, "os movimentos reivindicam a permanência das reservas existentes no Brasil à gestão estatal, na perspectiva de construção de um projeto de energia para o País e não à venda de nossos recursos naturais ao capital estrangeiro".


A nota diz também que na quarta-feira passada foi entregue ao presidente Lula um abaixo-assinado de diversas entidades contra a rodada e na quinta houve manifestação no mesmo sentido no centro do Rio.


Manifestação pacífica


Além de gritar palavras de ordem, os manifestantes agitaram bandeiras do MST e de centrais sindicais. A manifestação é acompanhada de perto pela Polícia Militar e por agentes da Polícia Federal.


De acordo com o secretário-geral do Sindicato dos Petroleiros no Rio de Janeiro, Emanuel Cancella, os manifestantes pretendem permanecer no local até o que o diretor presidente da ANP, Haroldo Lima, os receba.


"Nossa manifestação é pacífica, mas queremos o cancelamento da nona rodada do leilão e a revisão de todas as áreas já entregues às multinacionais nos leilões anteriores, pois elas representam metade das áreas com potencial petrolífero no Brasil."


Posição da ANP


A assessoria de imprensa da ANP informou, por telefone, que toda a direção do órgão estava acompanhando o leilão, na Barra da Tijuca, e que ainda não havia uma posição sobre a ocupação.


Porém, o diretor geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Haroldo Lima, quando soube que do pleito dos manifestantes afimou: "acho isso um despropósito."


Segundo Lima, a exigência dos manifestantes não seria benéfica nem mesmo para a Petrobras, pois a anulação de contratos passados derrubaria o valor de mercado da estatal. "Por isso estranho a reivindicação do MST", disse.


Recorde de arrecadação


A Nona Rodada de Licitação de blocos exploratórios de petróleo e gás natural da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) bateu recorde de arrecadação entre todas as licitações feitas até hoje pela ANP.


Só na manhã desta terça-feira (27), já foi pago um valor de R$ 1,602 bilhão, com o leilão de 40 blocos entre 87 ofertados, acima do montante de R$ 1,087 bilhão apurado na Sétima Rodada, em 2005, a maior já registrada pela ANP até então.


A OGX, do empresário Eike Batista, foi o grande destaque dessa primeira etapa da Nona Rodada. A companhia já arrematou oito blocos, por R$ 784 milhões, cerca de 50% do total do que foi arrecadado até o momento.


O diretor geral da ANP, Haroldo Lima, admitiu que colocar blocos atrativos logo na abertura foi uma estratégia para afastar o pessimismo dos analistas após a decisão do governo de retirar os 41 blocos localizados sobre a camada de sal, onde foram descobertas as grandes reservas de Tupi.


O ministro das Minas e Energia, Nelson Hubner, disse já esperar uma participação forte da empresa de Eike Batista. Segundo ele, a companhia vem planejando grandes investimentos e por isso entrou pesado no leilão.


Bacia de Campos


A OGX arrematou sozinha cinco blocos exploratórios situados na Bacia de Campos, pagando entre R$ 72,44 milhões a R$ 237,241 milhões. A empresa arrematou os blocos C-M-466, C-M-499, C-M-592, C-M-620 e C-M-621.


A empresa ficou ainda com os blocos C-M-560, por R$ 70 milhões e C-M-591 por R$ 17,5 milhões, sendo que esses dois últimos em sociedade com a dinamarquesa Maersk.
A Petrobras arrematou, em sociedade com a Petrogal (Portugal) e a EcoPetrol (Colômbia), apenas um bloco, o CM-593, por R$ 15,331 milhões.


Além disso, a sociedade entre a Anadarko (EUA) e a Statoil (Noruega) ficou com os blocos C-M-529, por R$ 42,5 milhões e C-M-530, por R$ 8,629 milhões. Por fim, a brasileira Starfish levou o C-M-498 por R$ 9,847 milhões e o C-M-622 por R$ 13,13 milhões.


Bacia Pará-Maranhão


O consórcio formado por Petrobras (40%), Companhia Vale do Rio Doce (30%) e a Ecopetrol (30%) levou quatro dos cinco blocos na bacia Pará-Maranhão, no setor SPAMA-AR1, para exploração e produção de petróleo e gás natural.


No leilão da ANP, o grupo ficou com o bloco PAMA-M-187 por R$ 297,5 mil; o PAMA-M-188, por R$ 1,555 milhão; o PAMA-M-222, por R$ 1,684 milhão; e o PAMA-M-223, por R$ 1,754 milhão.


A OGX ficou com o bloco PAMA-M-407, com lance de R$ 1,448 milhão. Na região, foram oferecidos no total 40 blocos e os cinco arrematados significaram uma arrecadação de R$ 6.740.763. Os 35 blocos restantes não receberam ofertas.


Bacia de Santos


A empresa de Eike Batista arrematou quatro dos 10 blocos ofertados na Bacia de Santos, no setor SS-AR2, em águas rasas. A companhia levou os blocos S-M-226, por R$ 90,55 milhões; S-M-268, por R$ 144,88 milhões; o S-M-270, por R$ 344,09 milhões; e o S-M-314, por R$ 19,921 milhões.


O bloco S-M-225 ficou com o consórcio Starfish (60% e operadora) e Petrobras por R$ 22,25 milhões.


Bacia do Parnaíba


A empresa STR arrematou sete dos 10 blocos para exploração e produção de petróleo e gás natural ofertados na Bacia do Parnaíba.


A companhia levou os blocos PN-T-48, por R$ 100 mil; o PN-T-49, por R$ 100 mil; o PN-T-50, por R$ 20 mil; o PN-T-67, por R$ 1 milhão; o PN-T-68, por R$ 5,1 milhões; o PN-T-84, por R$ 100 mil; e o PN-T-85, por R$ 4 milhões.


O consórcio Devon (40% e operadora), Petrobras (40%) e Vale do Rio Doce (20%), ficou com o PN-T-66, por R$ 97 mil. O mesmo consórcio, mas, com a Petrobras como operadora, levou o PN-T-86, por R$ 201 mil.


O consórcio Comp (33% e operadora), Orteng (33%) e Delp Engenharia (33%), arrematou o PN-T-102, por R$ 300 mil.


Da redação, com agências

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