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Negociação: Diretores assumem compromisso com o funcionalismo

As negociações em torno das reivindicações específicas dos funcionários do BNB para esta campanha salarial ainda estão no início e o Banco já deu mostras de abertura ao diálogo junto às entidades representativas. Prova disto foi a presença de quatro diretores da Instituição - três deles recém-nomeados - na abertura da reunião de negociação ocorrida na tarde da última sexta-feira, 28/9, no Centro Administrativo do Passaré: Pedro Rafael Lapa, Paulo Sérgio Rebouças Ferraro, Luís Carlos Everton de Farias e Oswaldo Serrano de Oliveira.


Pelas palavras dos diretores do Banco, espera-se um novo posicionamento do Banco na negociação. "Acreditamos que a valorização dos funcionários ressaltada no discurso dos diretores se materialize em ganhos para os funcionários, com avanços na negociação", ressaltou o representante da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Waldenir Britto.


Logo no início da reunião, a interlocutora do Banco nas negociações, Zilana Ribeiro, informou que BNB e BASA estão se reunindo com o Comando Nacional para participar do processo de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). "A posição do Banco é seguir o acordo da Fenaban", afirmou a representante do BNB.


Num segundo momento, foram discutidas as cláusulas 34ª a 42ª da minuta. A primeira (34ª) se referiu ao passivo trabalhista - redação que foi mantida. A idéia da CNFBNB é levantar todas as ações judiciais que estão tramitando e iniciar negociação de acordo com as demandas de cada sindicato e tratá-las concomitantemente, sem que uma negociação com um sindicato impeça a discussão com um outro.


A cláusula 35ª, que trata das comissões, ficou em aberto. Isto porque o Banco entende que funções de confiança deverão ter jornada de 8h e as entidades defendem que as comissões que os funcionários recebem devem ser pagas dentro da jornada de trabalho da categoria, que é de 6 horas. E, se for necessário o aumento da jornada, que o Banco pague as horas extras, além das comissões.


Sobre a cláusula 36ª - que trata da eleição do Diretor Representante dos Funcionários - Zilana Ribeiro informou que a dificuldade de atendimento do pleito era a de que esta demanda era exclusiva do BNB. A informação foi refutada pelo diretor do SEEB-BA, Antônio Galindo. Ele ressaltou que, pela primeira vez, os empregados da Caixa Econômica Federal (CEF) apresentaram este pedido através da cláusula 160ª da sua minuta de reivindicações. Dessa forma, o BNB ficou de dar retorno sobre o assunto na próxima reunião. Foi cobrado, também, a autonomia do BNB para avaliar cláusulas sem depender de outros bancos.


As diárias à serviço (cláusula 37ª) também foram discutidas. A Comissão Nacional pediu o nivelamento de todas as diárias, visando a garantia de melhores condições de trabalho para o funcionalismo. O Banco se comprometeu a trazer a sistemática de pagamento das diárias na próxima negociação, bem como a forma de pagamento de outras instituições, para análise.


A criação de uma comissão paritária para apresentar proposta de pagamento das perdas salariais passadas (cláusula 38ª) foi motivo de impasse. O BNB quis retirar a cláusula da negociação, mas a CNFBNB alegou que o mesmo ponto estava sendo discutido na Fenaban, além de ser uma cláusula de grande interesse do funcionalismo.  Dessa forma, a mesma ficou em suspenso, para ser avaliada nas próximas rodadas de negociação.


Quanto à cláusula 39ª, sobre o Plano de Funções, o Banco se comprometeu a apresentar a proposta finalizada até o final deste ano. A partir dessa apresentação, se iniciará o processo de discussão com a CNFBNB. Também deverá ser apresentada, por parte do BNB, a metodologia de promoção do PCR, tanto por merecimento quanto por antiguidade.


A cláusula 40ª, que trata da criação de um fundo especial de custeio à saúde, ganhará nova proposta de redação pelo Banco. A idéia do fundo é cobrir despesas de elevada monta não compatíveis com o plano de custeio tradicional e igualmente incompatíveis com a capacidade financeira dos associados.


Sobre a revisão do Plano de Cargos e Remuneração (PCR) - objeto da cláusula 41ª - o Banco informou que qualquer mudança deve passar por autorização do DEST. No entanto, os critérios de ascensão e promoção estão sendo aperfeiçoados. A proposta da CNFBNB é que um grupo de trabalho seja constituído para fazer a avaliação do Plano e propor melhorias.


A cláusula 42ª foi acatada sem ressalvas, seguindo o mesmo posicionamento de FENABAN. Ela trata da vigência do Acordo Coletivo.


Pendências - Também foram discutidas pendências da última negociação. A questão do endividamento de funcionários foi o primeiro ponto tratado. "A área de crédito já está montando uma proposta de repactuação de dívidas, com prazo e taxas razoáveis", informou a superintendente de Gestão de Pessoas, Eliane Brasil. A proposta será apresentada até 18 de outubro. Caso a proposta não esteja pronta, a proposta é que as dividas sejam suspensas por até 60 dias, para que cada funcionário possa analisar e formalizar sua repactuação.


O novo plano de previdência para os novos funcionários (Plano CD) já se encontra no DEST, segundo informou o Banco. A discussão agora está em torno do percentual de contribuição do BNB.


A data indicativa para a próxima negociação é quinta-feira, dia 04, às 14h, caso não seja deliberada greve pela categoria. A segunda opção é a terça-feira, dia 09, também às 14h, se houver indicação de greve já na semana que vem. A pauta, além das pendências, inclui as cláusulas 1ª a 10ª da minuta especifica.


Avaliação - Para a Comissão Nacional dos Funcionários do BNB (CNFBNB/Contraf-CUT), a presença dos diretores e seu posicionamento no início das negociações demonstraram tendência de valorização do funcionalismo. Os representantes dos funcionários estão apostando na força política deles para que os avanços sejam concretizados.


Presenças - Representando os trabalhadores, participaram: Ribamar Pacheco (Contraf-CUT); Telmo Nunes (FETEC-NE); Antônio Galindo (SEEB-BA); Tomaz de Aquino, Cláudio Rocha e Carmen Araújo (SEEB-CE); Waldenir Britto (Federação dos Bancários BA-SE); José Frota de Medeiros (AFBNB) e Roberto Figueiredo (AABNB). Pelo Banco, participaram a Superintendente de Gestão de Pessoas, Eliane Brasil, e a interlocutora do Banco nas negociações, Zilana Ribeiro, atualmente no cargo de Ouvidora, além do gerente da Educação Corporativa, Marcos Marinelli e o advogado João Luiz.

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