Santander continua lucrando e demitindo
Com o país mergulhado em crise, o Santander obteve lucro líquido gerencial de R$ 4,171 bilhões no segundo trimestre de 2021. É o maior lucro trimestral do banco desde o segundo trimestre de 2010. O resultado representa uma alta de 98,4% em relação ao mesmo período de 2020 e de 5,4% no trimestre. O lucro obtido nos primeiros seis meses pela unidade brasileira do banco representou 22,5% do lucro global do conglomerado, que foi de € 4,205 bilhões.
Pagar despesas de pessoal ou PLR não foram problemas para o banco, pois esses custos caíram 3,5% no ano, somando R$ 4,4 bilhões. Ainda mais porque a receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceu 11,3% em 12 meses, totalizando R$ 9,6 bilhões. Com o que arrecada de tarifa dos clientes, o banco cobre mais de duas vezes a folha de pagamento do banco, com a PLR incluída. Essa folga para cobrir despesas com a folha já vinha acontecendo no primeiro trimestre do ano.
“O banco insiste em não promover contratações para reduzir a sobrecarga de trabalho e melhorar o atendimento prestado à população. Esse lucro é alcançado à custa da saúde e da vida de muitos bancários, que foram convocados a trabalhar presencialmente durante a pandemia. À custa do desrespeito à jornada, do desmonte da Cabesp e do Banesprev, do adoecimento de centenas de trabalhadores, da demissão de mais de 3 mil pessoas durante a pandemia. Parece irônico num país tão desigual, com milhões na miséria, o Santander registrar um lucro astronômico sem dar contrapartida social. O custo social do lucro do Santander é enorme e é de todos os brasileiros”, afirmou Lucimara Malaquias, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE Santander).
Fonte: Contraf.
