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Terceirização ditada por grandes empresas ultrapassa fronteiras

Adital - Dos 98 milhões de empregados contratados pelas corporações transnacionais atualmente, 39,3 milhões (40%) exercem atividades terceirizadas. Dos 52 milhões de empregos novos gerados por essas mesmas companhias entre 1978 a 2006, 40 milhões resultaram de terceirização transnacional do trabalho.

Em complemento a esses dados, pesquisa realizada em apenas 33 países selecionados do mundo identificou a existência de 76,5 mil empresas especializadas na terceirização de força de trabalho. Em 2006, o grupo que reúne as 29 maiores que atuam na área respondeu por dois terços do total de faturamento mundial do setor.

O fenômeno de crescimento altamente concentrado da terceirização no mundo, em que os interesses das grandes corporações internacionais se combinam perfeitamente com a expansão de empresas especializadas nesse segmento da economia, é o objeto de um estudo encomendado pelo Sindicato dos Empregados em Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros (Sindeepres) ao economista Márcio Pochmann, atual presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e professor licenciado do Instituto de Economia (IE) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

"As cartas estão sendo dadas pelas grandes empresas. As decisões dessas megacorporações estão muitas vezes acima da margem de intervenção dos governos", salienta Pochmann. A soma dos faturamentos das três maiores corporações do mundo, em 2006, por sinal, foi equivalente ao PIB brasileiro.

O estudo assinado pelo economista sublinha a ocorrência de uma "generalização do padrão asiático de trabalho - cada vez mais associado à elevada rotatividade, à contida remuneração e à longa jornada de trabalho". "Esse tipo de terceirização da mão-de-obra não se apresenta como imperativo de modernização das condições gerais de produção no início do século 21. Pelo contrário, pode assemelhar-se, guardada a devida proporção, ao retrocesso das conquistas alcançadas até o momento", descreve o documento, que faz parte de uma série de pesquisas sobre a terceirização.

"Não podemos ficar apenas nessa postura defensiva. A precarização do trabalho não se deve apenas à terceirização e às questões morais e éticas dos empregadores", coloca. Ele propõe um debate mais ativo sobre a regulação pública dentro desse contexto.

A matéria completa em: http://www.reporterbrasil.com.br/, por Maurício Hashizume

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