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Wagner Gomes: "Unidade de ação e mobilização total para o dia 15 em Brasília"

Por: O endereço de e-mail está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript para vê-lo.">Osvaldo Bertolino

<STRONG>Wagner Gomes, vice-presidente nacional da CUT</STRONG>
Wagner Gomes, vice-presidente nacional da CUT
Em artigo para o Portal do Mundo do Trabalho, o vice-presidente nacional da CUT, Wagner Gomes,  faz uma reflexão sobre o 15 de agosto, Dia Nacional de Mobilização da CUT, em Brasília.

 

Como você avalia a importância da manifestação do dia 15 em Brasília?

 

É uma manifestação de grande importância, porque estaremos defendendo conquistas que são parte da luta histórica dos trabalhadores brasileiros. Enfrentamos atualmente uma ofensiva em larga escala - além da "Emenda 3", podemos enumerar, entras outras questões, a tentativa de restrição ao direito de greve, o descumprimento de direitos trabalhistas e as incursões do governo pelo terreno da "reforma" da Previdência Social.

 

Existe unidade do movimento sindical combativo em torno destas questões?

 

Sim, a amplitude do movimento que se alastra pelo país reflete a compreensão elevada do conjunto dos trabalhadores, alertado pelas principais lideranças sindicais, decorrente da clareza sobre a gravidade da situação. O momento requer unidade de ação. Afinal, é a democracia para os trabalhadores que está ameaçada.

 

Por que esta ofensiva em pleno governo Lula?

 

A tentativa de restringir direitos trabalhistas é parte de um conflito de classes permanente, que nos dias atuais implica em uma disputa ideológica mais acirrada. O discurso contra a legislação trabalhista ganhou corpo com o aparecimento de várias propostas destinadas a "reformar", com intensidades variadas, a CLT e a Constituição, principalmente na gestão de Fernando Henrique Cardoso (FHC). Apesar de apresentar sinais de mutilação, a legislação trabalhista se manteve graças à luta dos trabalhadores contra o neoliberalismo.

 

Qual é mesmo a essência dessa luta?

 

O fundamental é entender que nossas leis trabalhistas são a síntese do embate entre capital e trabalho que atravessou todo o século XX e refletem nossas vitórias e derrotas. Até os anos 40, os trabalhadores empregaram lutas heróicas e, aos trancos e barrancos, foram arrancando conquistas aqui e ali. Quando o governo do presidente Getúlio Vargas instituiu a CLT, no dia 1º de maio de 1943, ele reuniu em um sistema único todas as leis trabalhistas aprovadas anteriormente. Grande parte delas são artigos que devem ser avaliados como importantes conquistas e que nunca foram aceitas pelo capital.

 

E essa contradição está presente também no governo?

 

A questão é que o cenário político nacional está permeado por interesses em conflito. Muitos desses interesses estão dentro do próprio Estado. Mesmo no governo existem aqueles que defendem a velha máxima de que governar é como tocar violino: a gente pega com a esquerda e toca com a direita. Aos trabalhadores cabe a tarefa de impedir retrocessos em nossos direitos, impulsionando o governo no rumo das mudanças progressistas.

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