Emanoel Souza: “Não basta apenas lutar por aumentos salariais”
A
categoria bancária finaliza o ano de 2012 com o gosto amargo das
demissões. Para fazer um balanço sobre as lutas de 2012, entrevistamos o
presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel
Souza.
Qual a sua avaliação para 2012?
Foi um ano de muita luta e de algumas conquistas importantes, como por
exemplo a manutenção da política de aumento real - mesmo que muito
gradual - e valorização do piso. Foi o ano também de celebração de 20
anos de CCT, um marco para a categoria.
Contudo, este final de ano tem sido trágico, em especial devido às demissões no Santander.
Essas demissões são um sinal de mais desemprego em 2013?
Espero que não. Na rede pública os sinais apontam no sentido da
continuidade das contratações e o setor privado também sinaliza uma
maior capilaridade na sua rede. No entanto, o que precisamos ter claro é
que a ofensiva dos banqueiros no sentido de maior exploração e de
flexibilização da jornada e dos direitos deve se aprofundar, o que vai
exigir de nós muita capacidade de luta e de resistência.
O que a Federação pretende defender em 2013?
O planejamento anual da Federação deve ser concluído na segunda
quinzena de fevereiro, mas já iniciamos o debate com os presidentes de
sindicatos e somos da opinião de que precisamos ter luta o ano inteiro,
não apenas para resistir a um ataque ou outro, mas de forma sistemática.
Em 2013, além dos temas da campanha salarial, penso que estarão na
ordem do dia a luta para por fim ao fator previdenciário, contra as
terceirizações, a flexibilização dos direitos trabalhistas , dentre
outros.
E em termos de Brasil, qual a sua avaliação e expectativa?
Em 2013 o Brasil deve voltar a crescer e os trabalhadores precisam
lutar por uma parcela maior destes ganhos. Precisamos politizar ainda
mais a ação da classe trabalhadora. Não basta apenas lutar por aumentos
salariais ou para não perder direitos adquiridos.
O trabalhador precisa participar da política e ter o poder de
influenciar bem mais nos destinos do país. Neste sentido, a luta pela
democratização das comunicações e por uma reforma política progressista
merecem uma atenção maior dos trabalhadores.
SEEB-VC
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