Avança projeto de privatização de rodovias e cobrança de pedágios
O governo federal anunciou a concessão a iniciativa privada pelo prazo de 25 anos da BR 040 com 936,8 quilômetros de extensão entre Brasília -DF e Juiz de Fora (MG). Também o trecho da rodovia BR 116 com 817 quilômetros, todos em Minas Gerais, entre as divisas da Bahia e do Rio de Janeiro.
Em nosso Estado já foram privatizadas a BR 116 (Rio-Bahia), a BR
324 (Feira-Salvador), a BA-093, (em Mata de São João e Simões Filho), a
BA-524, (Simões Filho), a BA-535 (Via Parafuso) e a BA-526
(CIA/Aeroporto/Salvador). Além da Linha Verde (Salvador-Aracaju) que
nasceu privatizada.
A presidente Dilma Rousseff avalia entregar novo lote de estradas
federais para a administração do setor privado. Ela recebeu estudos para
fazer nova rodada de concessões rodoviárias, que inclui pelo menos
quatro trechos considerados estratégicos na malha brasileira: BR-101 (na
Bahia), BR-163 (entre Cuiabá e Campo Grande), BR-153 (entre Goiânia e
Palmas), BR-262 (Belo Horizonte-Vitória) e a BR 267 no Mato Grosso do
Sul.
De acordo com avaliação realizada pela Confederação Nacional dos
Transportes (CNT) o Brasil tem a maior malha de rodovias privatizadas do
mundo, contudo apenas 92.747 km de estradas asfaltadas e metade delas
em condição regular, ruim ou péssima.
Grande parte do que se vê de estradas no país está nas mãos da
iniciativa privada, todavia apenas 12% das rodovias estão pavimentadas.
Em comparação com outros países o Brasil está muito longe de ter ótimas
estradas. Nos Estados Unidos, por exemplo, 67% das rodovias são
asfaltadas. Na Índia, a malha pavimentada é equivalente a toda malha
brasileira, de 1,7 milhão de km.

O projeto também avança para vias urbanas como já acontece no Rio de Janeiro e São Paulo. Em Salvador durante a campanha eleitoral o tema foi debatido e tanto ACM Neto do DEM quanto Pelegrino do PT declararam-se favoráveis à cobrança de pedágio em vias da capital.
O governo não fez os devidos investimentos na manutenção das
rodovias nem criou alternativas ao trafego rodoviário, muito pelo
contrário, destruiu a rede ferroviária e agora passa a conta da sua
incompetência mais uma vez para o contribuinte. O Estado ganha com a
concessão, desobriga-se da manutenção e o povo paga o pedágio. Por outro
lado fica a pergunta: para onde foram os recursos arrecadados pela CIDE
(Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente
sobre combustíveis) e IPVA?
Está na hora do povo se rebelar contra essa pilantragem que atenta
contra o direito de ir e vir e ainda é bitributação, uma vez que todos
pagam pelo pedágio, as empresas de transporte, os motoristas e os
consumidores em geral, visto que o valor dos pedágios é naturalmente
repassado aos produtos.
*Jorge Barbosa é presidente do Sindicato dos Bancários de Itabuna
*Jorge Barbosa é presidente do Sindicato dos Bancários de Itabuna