Logo

Caminhadas e caminhadas

Valter Moraes
Caminhada pela paz, caminhada contra a violência, caminhada por justiça, caminhada contra racismo, caminhada contra a homofobia, caminhada para denunciar a violência contra os índios, afro-descendentes, corrupção, caminhada, caminhada, caminhada e etc., etc., etc.

São muitas caminhadas, e todas têm suas justificativas, umas pelo “achismo”, outra pela “lógismo”, outra pelo analogismo, outra pelo etnocentrismo, outra pela alienação, pelo fetichismo, e assim caminha a humanidade em suas caminhadas contra isso ou aquilo, com seu foco voltado para aquele momento, no qual os sentimentos são aflorados e impulsionados, e todos nós saímos em caminhadas, ora pintando a cara, ora vestindo o sugestionado, correndo atrás de trio elétrico, rezando, pedindo aos céus que nos proteja.

Que chova ou que faça sol, o único objetivo é nos proteger. Salvar nossa pele dos infortúnios dos comportamentos humanos que se desvirtuam da ética e não condiz no seu dia a dia com a moral, com o que reza nossa carta maior, com a educação familiar jogada para as escolas, os pais se eximindo das suas responsabilidades, sem diálogos com seus filhos com medo das suas reações, com a mídia infectando os lares.

A sociedade que constituímos com todos seus prós e contra interfere diretamente na vida do cidadão, independente da sua classe social, ela é criada para a satisfação deste cidadão, para o seu zelo, aprimoramento social, intelectual, do conhecimento, para a convivência em grupos, harmoniosa, organizada, independente de cor, etnia ou credo, formado por minorias que forma uma sociedade. Uma sociedade da raça humana. Pelo menos deveria ser. Deveria ser?

Infelizmente a classe política que está no topo da pirâmide desta sociedade, salve algumas minorias, ainda não estão destituídas do ranço, do egoísmo, do oportunismo, das vaidades, da arrogância, e porque não dizer: da ignorância política filosófica do ser.

Esta sociedade constituída está dissecada, violentada, marginalizada, fruto desta outra sociedade esbanjadora, egocêntrica, calculista e é dela que temos que cobrar pelos projetos de inclusão, políticas públicas, criar nossa plataforma de luta para que seja apresentado no congresso, nas assembléias, nas câmaras, discutir a sociedade que queremos para buscarmos o equilíbrio do comum a todos, da fraternidade, solidariedade e da igualdade.

Se não lutarmos para mudar o núcleo do que está ai, não acabaremos com as mazelas e não construiremos uma nova humanidade qualitativa. Discutir o salutar para o desenvolvimento humano faz parte da responsabilidade de todos nós, pois é responsabilidade somente nossa termos um mundo diferente, criando condições para todos na saúde, na educação, habitação, lazer, emprego com dignidade e o que for necessário construir para a felicidade dos povos.

Somos uma raça forte, com uma maioria que vota, pensa, participa, produz toda riqueza e sonha por um mundo melhor. Organizar a sociedade e politizá-la, educá-la para a construção e a eliminação da marginalização, respeitando o cidadão na sua condição de ser humano, esse é o nosso desafio, sem isso não acredito nas caminhadas, pois continuaremos caminhado sem entender o ponto nuclear de toda miséria humana.

*Valter Moraes – Diretor da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe.

Template Design © Joomla Templates | GavickPro. All rights reserved.