Logo

Desregulamentação financeira provoca a crise do Libor

Augusto Vasconcelos
LIBOR (London Interbank Offered Rate) é a taxa de juros média estimada pelos maiores bancos em Londres para realização de transações interbancárias. Trata-se de uma estimativa divulgada a partir das 11 horas, à luz de uma sondagem realizada entre os bancos.

Essa taxa é utilizada como referência para muitos instrumentos financeiros, dentre os quais contratos indexados e cotações de moedas. Aliás, nossa dívida externa já foi precificada em LIBOR no passado.
Ou seja, parte das operações financeiras realizadas baseiam-se em uma confiança no mercado à luz das informações prestadas pelos próprios agentes de mercado. Como Londres é um dos principais centros financeiros do mundo e diante de uma economia globalizada, a manipulação dessa taxa gera uma crise de credibilidade em todos os países.

As recentes investigações na Inglaterra apontam manipulações do LIBOR, onde os bancos ganharam muito sonegando informações. Tal crise de credibilidade abala ainda mais a tese liberal da desregulamentação do sistema financeiro. 

Desde a crise de 2008, com a quebra do Lehman Brothers, os trabalhadores assumiram o ônus de boa parte dos prejuízos gerados pelo mercado financeiro, através da austeridade fiscal e corte de investimentos públicos, sem falar em retrocesso trabalhista e previdenciário em alguns países. 

É chegada a hora de discutirmos mais a fundo o rumo deste mercado cada vez mais oligopolizado. Por que aceitar que juros, sobretudo os da dívida pública, sejam pós-fixados? Não precisa ser "expert" em economia para entender que "raposa não pode cuidar do galinheiro"...


Augusto Vasconcelos é vice-presidente do Sindicato da Bahia, advogado e professor universitário
Template Design © Joomla Templates | GavickPro. All rights reserved.