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Parabéns, Moro!

Não pelo conjunto da obra, mas especificamente pela peça midiática produzida sob encomenda, que ao que tudo indica fugiu do esperado pelos patrocinadores. No auge da arrogância e obsessão em fazer valer a tradição psdbista de sua família, o magistrado desferiu um tiro que saiu mesmo pela culatra.

Ao determinar a condução coercitiva de Luis Inácio Lula da Silva sem que ele tivesse se recusado a colaborar, não só menosprezou o significado da figura do operário nordestino ex-presidente no imaginário de milhões que tiveram sua condição de vida dignificada
graças ao projeto liderado por ele. Subestimou a consciência do povo brasileiro.

Sem querer, reacendeu o entusiasmo de muita gente que, abalada por seguidos reveses, aceitava-se impotente diante da ofensiva golpista. Abriu assim flanco decisivo para o contra-ataque do campo progressista.

Prova disso é o resultado da pesquisa realizada pelo Instituto Vox Populi na própria sexta-feira, com mais de 15 mil questionários válidos, medindo o impacto do intento de Moro contra Lula: a maioria dos entrevistados apoia as investigações da operação Lava Jato, mas
acredita na inocência de Lula e considera exagerada a forma como ele foi conduzido para depor. Se confrontados com os últimos índices de aprovação do governo e do PT, esses dados também revelam que até mesmo quem tinha abandonado o barco voltou atrás, resgatada pelo bote que Moro jogou.

A favor dos comprovadamente corruptos, ninguém chiou. Por Lula, a zoada será maior do que todos os panelaços juntos. O necessário combate à corrupção não pode ser feito a qualquer custo, atropelando a própria a lei. Posições manifestadas por diversos juristas, individual e coletivamente, com ou sem viés político, alertam para a ameaça em curso ao estado democrático de direito brasileiro e suas instituições. E o povo sabe bem o quanto o arrepio da democracia custa caro.

Que Lula não se engane: há interesses que já não cabem numa mesma aliança. 2018 já começou, e para derrotar o consórcio mídia-direita só com muita força do povo.

 Lucas Galindo - diretor de juventude da Federação dos Bancários Bahia e Sergipe

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