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Salvador: Aniversário e Contradição

Everaldo Augusto
A cidade de Salvador já recebeu muitos epítetos ao longo dos seus mais de quatro séculos de existência. Podemos afirmar que todos os qualificativos acrescidos ao nome da cidade-mãe do Brasil (é isto, com hífen), da primeira capital do Brasil, da Cidade da Bahia... continuam válidos.

Contudo, o que chama a atenção neste aniversário de 462 anos, é uma abissal contradição entre a espetacular beleza natural e arquitetônica da cidade, Patrimônio da Humanidade, a sua diversidade cultural, étnica, religiosa, artística, de um lado, e de outro lado, o completo abandono dos poderes públicos e aqui faço distinção entre o atual prefeito e os seus antecessores, apenas por que este ganha de goleada de todos os outros juntos, só por isto. 

Tudo o que a cidade tem de bonito, de bom e de simbólico, está sendo degradado a olhos vistos, sem que possamos vislumbrar a mínima intenção e gesto por parte do governante municipal para a construção de equipamentos culturais e esportivos, para qualificar o espaço urbano coletivo, para dar eficiência aos serviços públicos, para preservar e aumentar as áreas verdes, para melhorar os serviços de transporte público, para solucionar graves equívocos, como é o caso das praias da cidade.

Vamos ficar por aqui, mas existe uma infinidade de setores e responsabilidades públicas que deixam a desejar. E não falo aqui dos serviços e obrigações que estão sob responsabilidade da esfera estadual, que se encontram em idêntica situação.
A despeito da omissão dos governantes, Salvador merece parabéns, mas o presente maior será dado a ela pelo seu próprio povo, através da construção de uma alternativa de poder popular, com um consistente projeto de gestão autosustentável, cujas prioridades serão voltadas para atender aos interesses e as necessidades econômicas, políticas e sociais da maioria da população.

Parabéns Salvador!


Everaldo Augusto é diretor da Federação da Bahia e Sergipe
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