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Duplicação da Rodovia Ilhéus/Itabuna: agressão ao meio ambiente

Jorge Barbosa Depois da ocupação irregular e criminosa dos manguezais; da falta de aterros sanitários e de alternativas racionais para o tratamento do lixo; do desmatamento; do comércio clandestino de madeira e animais silvestres; da ameaça do avanço do eucalipto; da expansão da pecuária extensiva; da caça e pesca predatória; da poluição e assoreamento dos rios; da falta de fiscalização das leis ambientais.


O mais novo crime ambiental a ser consumado chama-se: "duplicação" da Rodovia BR-415 pela margem esquerda do degradado Rio Cachoeira, isso numa região que em face do seu potencial, deveria ser um misto de santuário e desenvolvimento econômico racional e sustentável, tendo em vista que a mata atlântica possui a maior biodiversidade do planeta.           


É obvio que apoiamos a ideia do governo do Estado de duplicação da referida via, porém, não podemos concordar com a construção de uma nova rodovia com o mesmo objetivo da atual, sem levar em consideração o significativo impacto ambiental e social na outra margem do Rio Cachoeira. Logo após a construção de rodovias sempre surgem novos povoamentos e suas conseqüências: ocupação irregular do solo, "favelização" e seus subprodutos, como o lixo, o esgoto e o desmatamento.


Aquela margem do Cachoeira ainda é relativamente conservada e ocupada totalmente por fazendas de cacau e café com pequenas áreas de pasto. Um verdadeiro cartão postal que deve ser preservado e não destruído.


E o pior e mais cínico é que os "técnicos" que estão avaliando o projeto já declararam que o traçado deve ser pela outra margem porque será mais barato o custo da desapropriação da área, sem levar em conta o impacto ambiental que dentre outros efeitos, trará a construção de três pontes. São criminosos ambientais confessos.     


A decisão inteligente e respeitosa à natureza, é a duplicação pelo traçado atual, com um projeto que regulamente a ocupação das margens da estrada, além de um projeto paisagístico, limitando, dentro do possível o impacto ambiental resultante.


Cabe aos movimentos ambientalistas e segmentos organizados da sociedade, sobretudo, os sindicatos rurais e urbanos, além dos proprietários das fazendas se pronunciarem e  mobilizarem os amigos da natureza e partidários do desenvolvimento econômico sustentável na luta em defesa da margem esquerda do Rio Cachoeira, no sentido que tal crime anunciado não venha a ser perpetrado.
A natureza, a ética e o planeta certamente agradecerão!


Jorge Barbosa - Presidente do Sindicato dos Bancários de Itabuna e Coordenador Regional da CTB - Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil

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