Financiários: negociação debateu igualdade de oportunidades

Igualdade de oportunidades foi o tema da segunda mesa de negociação da campanha salarial 2024, entre os representantes dos financiários e da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), realizada nesta sexta-feira (12/7), por videoconferência.

Durante o encontro, a economista Cátia Toshie Uehara, do Dieese, apresentou um levantamento elaborado a partir da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), de 2022, e que comprova desigualdade entre homens e mulheres e brancos e negros na categoria.

Segundo o estudo, enquanto que, em todo o país, os negros (a soma dos pretos e pardos), representam 55,5% da população, no setor financiário 68,25% se autodeclararam brancos e 22,06% negros. Além de estarem subrepresentados no setor, a remuneração média mensal dos negros financiários é 69,7% da remuneração média mensal dos colegas brancos, uma defasagem de 30%.

O trabalho do Dieese mostrou ainda que, apesar de as mulheres representarem 52% do total de trabalhadores financiários, o setor paga a elas 57,29% da remuneração mensal média paga aos homens.

O levantamento apontou também que o setor tem baixíssima contratação de pessoas com deficiência (PCDs), que compõem somente 1,93% de toda a categoria.

Após a apresentação dos dados, os representantes dos financiários cobraram das empresas propostas efetivas para acabar com as distorções e criar um ambiente de trabalho, com oportunidades e remuneração iguais para todos os trabalhadores e trabalhadoras do setor.

A próxima rodada de negociação acontece na próxima terça-feira (16), com o debate sobre emprega, incluindo a questão do teletrabalho. Na sexta-feira (19), a rodada será sobre saúde e condições de trabalho.