Igualdade de oportunidades foi o tema da segunda negociação com o BNB

Dando continuidade ao processo de negociação da campanha salarial 2024, a Comissão Nacional dos Funcionários e a direção do BNB se reuniram nesta sexta-feira (12/7), por videoconferência, para debater pautas referentes a igualdade de oportunidades, com destaque para formação, concorrência e inclusão.
Na mesa, a CNFBNB reivindicou investimentos na formação dos funcionários, com a disponibilização do curso de formação bancária para todos, mesmo os que já estão há algum tempo no banco, com a inclusão do tema do assédio nesta formação, para coibir está prática, e também o código de conduta ética no BNB. Foi cobrada também a ampliação da Universidade Corporativa, com cursos de especialização à distância, através de convênios, para contemplar todos os funcionários.
O banco informou que já tem ações nesse sentido e ficou de repassar à CNFBNB, que também solicitou que a formação profissional seja realizada dentro do prazo máximo de dois anos, para que o funcionalismo possa participar de quaisquer concorrências.
Além disso, a Comissão reivindicou que o banco arque com 100% do patrocínio à educação formal (hoje o limite é 70%) e que, findo o prazo de concessão do auxílio creche, o banco conceda auxílio educação, com pagamento mensal, até a conclusão o ensino médio do dependente.
Concorrências
A Comissão cobrou que o BNB garanta formação para todos os interessados, quando da abertura de concorrência para função comissionada e que o funcionário não possa ser impossibilitado de participar dos cursos necessários para preenchimento do perfil por conta da não liberação dos gestores.
O banco se comprometeu a ver com a Universidade Corporativa como se dão esses critérios para capacitação e repassar as informações para a Comissão.
Outro tema muito cobrado pelo funcionalismo é a transparência nos processos de concorrência. Diante disso, a Comissão cobrou que o BNB adote critérios claros e objetivos tendo como regra a ampla concorrência, sem exceção.
O BNB informou que o prazo máximo para a abertura dos processos de concorrência, após o surgimento das vagas, é de 120 dias, assim como também o prazo de liberação do funcionário vencedor do pleito, e pediu que a Comissão repasse qualquer tipo de desconformidade com esses prazos. O funcionalismo solicitou o prazo máximo de 90 dias. Além disso, a representação do Banco informou que, quando não há a liberação do funcionário pelo gestor, o processo é enviado para outras comissões que avaliam o caso e até podem modificar a posição do gestor.
Inclusão
O tema inclusão também foi debatido. A CNFBNB reivindicou a implantação de um programa de ações afirmativas, de acordo com decreto federal nº 11.785/2023, promovendo a inclusão e mais oportunidades para mulheres, pessoas negras, PCD, neurodivergentes etc. A Comissão tem conhecimento de que o BNB tem uma pauta de promoção da igualdade de gênero, mas espera que o banco estude a ampliação desses projetos.
Destaque dos debates do último Congresso Nacional dos Funcionários do BNB, o tema sobre neurodivergentes e pessoas com deficiência também foi pauta da reunião. A Comissão Nacional destacou a importância da assinatura recente de um acordo aditivo que prevê a redução da jornada de trabalho para pais de filhos portadores de deficiência, mas propôs melhorias nesse quesito.
A Comissão solicitou que a redução da jornada seja observada por semana, e não por dia, como prevê o acordo. Isso permitiria uma melhor adequação às agendas de tratamento dos dependentes. A CNFBNB solicitou também que não fosse exigido o comprovante de acompanhamento e que não haja exigência para que o filho seja dependente do imposto de renda, já que alguns desses dependentes precisam de acompanhamento a vida inteira. O mesmo se aplicaria aos funcionários neurodivergentes e com deficiência para os seus próprios tratamentos e terapias.
Os representantes dos trabalhadores solicitaram ainda a adoção de cotas para neurodivergentes e pessoas com deficiência no Conselho Deliberativo da Camed, Conselho Administrativo/Direção do Banco para um olhar mais próximo aos tratamentos necessários e políticas direcionadas a esse público. Além disso, os funcionários solicitaram a ampliação do credenciamento, através da Camed, de profissionais capacitados para diagnóstico e tratamento. A Comissão solicita ainda um auxílio dependente com deficiência no valor de um salário mínimo.
O banco afirmou que tem interesse em seguir avançando nesse sentido, ampliando políticas para esse público, pois essa é uma tendência de política pública de governo.
O BNB prometeu analisar todas as questões apresentadas pelos funcionários, que aguardam respostas nos próximos encontros.
Uma nova rodada de negociação acontece no próximo dia 26 de julho e deve abordar questões relacionadas à saúde, previdência e condições de trabalho.

