SEEB-BA promove manifestação nos bancos
Tão difícil quanto nos bancos públicos, a campanha salarial na rede privada aponta diversas vertentes e especificidades. O segmento apresenta recordes de lucratividade, mas mesmo assim as empresas sempre resistem a uma saída negociada. Os trabalhadores cansaram de conviver com a instabilidade, que gera ansiedade. Hoje, a maior preocupação da categoria é justamente segurar o emprego.
Na manifestação promovida ontem pelo Sindicato dos Bancários da Bahia, em oito agências no Comércio (Itaú, Safra, Santander, Capital, ABN Real, Bradesco e Sudameris, além da Caixa), muitos desses pontos foram debatidos.
No ABN Real, há grande apreensão. Os diretores alertaram sobre o futuro da empresa, disputada pelo banco inglês Barclays, que oferece 62,4 milhões de euros, e pelo consórcio Royal Bank, integrado pelo Santander, que faz oferta de 72 milhões de euros e ameaça dispensar 19 mil bancários em todo o mundo. O Santander leva vantagem na negociação, pois comprou 4% das ações do ABN e conquistou poder de voto na assembléia dos acionistas, que acontece em setembro e decide a quem vender o patrimônio.
O Sindicato alerta que é preciso intensificar cada vez mais as manifestações nas agências e, se preciso, paralisar as atividades para garantir emprego nos bancos.
No Itaú, os empregados querem o fim do assédio moral, correção dos problemas com a Previdência complementar, melhor condição de saúde e novo PCS (Planos de Cargos e Salários) e auxílio-educação. Outro privado sob forte pressão é o Unibanco, onde é necessária a regulamentação da contratação de menor aprendiz, para que não provoque demissão, e remuneração variável.
Mas, as especifidades não enfraquecem a unidade da categoria. Ao contrário, fortalecem a campanha salarial, que, entre os itens gerais, levanta bandeiras como reajuste salarial de 10,3%, com aumento real de 5,5%, piso do Dieese de R$ 1.628,24, redução das tarifas e novo Plano de Cargos e Salários.