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redes sociais 2023

8º Encontro da Juventude discute trabalho e organização sindical

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Juventude, trabalho e organização foi o tema da primeira mesa de debate do 8º Encontro da Juventude Bancária da Bahia e Sergipe, que acontece neste sábado (21/10), na Pousada Ecológica de Andaraí, na região da Chapada Diamantina, na Bahia. O evento reúne trabalhadores de até 35 anos, que tem interesse de conhecer um pouco mais sobre a atuação do movimento sindical.

Os expositores foram a professora e mestre em geografia Deborah Irineu e o presidente do Sindicato da Bahia, Augusto Vasconcelos, que também é professor de direito e vereador de Salvador.

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Iniciado o debate, Deborah Irineu falou sobre como o processo de uberização tem transformado as condições de trabalho no Brasil, levando um jovem a pedalar o dia inteiro, sem saber quanto ele vai receber no final do mês e sem nenhum direito. Ainda assim, esse jovem é induzido a pensar que é empreendedor, quando na verdade é apenas um trabalhador precarizado. “As pessoas são levadas a isso por uma comunicação ostensiva e por achar que conseguirão ter um rendimento melhor através disso. Por isso, muitas vezes eles não entendem a importância da luta sindical”.

Ela lembrou também que a juventude brasileira é essencialmente trabalhadora, mas com a inserção cada vez mais precoce no mercado de trabalho, esse jovem também perde o direito à educação e acaba ocupando postos de trabalho sem a remuneração adequada.

Para Deborah, “só é possível transformar a situação através da luta coletiva, trazendo a juventude para os sindicatos, para os movimentos de luta. Mas essa não é uma tarefa fácil, é preciso dar espaço para que esses jovens possam manifestar suas opiniões e não apenas ficar ouvindo o que os outros dizem, é preciso fazer com que esse jovem se sinta parte efetiva desse movimento”, concluiu.

Desigualdade

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Augusto Vasconcellos foi o segundo palestrante do dia. Ele lembrou que a relação de trabalho tem a lógica essencialmente desigual, cabendo ao direito trabalhista a tarefa de tentar minimizar esta desigualdade. Isso explicaria os ataques que a Justiça do Trabalho vem sofrendo nos últimos anos no país, como forma de dar verniz à precarização de direitos gerada pela reforma trabalhista.

Para ele, a uberização leva o jovem a trabalhar sem direitos, achando que é dono do meio de produção, mas ele sofre com condições de trabalho ainda piores que os assalariados. Isso também já está acontecendo no sistema financeiro, com os agentes de investimento.

“Apesar de ter a maior Convenção Coletiva de Trabalho do Brasil e movimento sindical forte, a categoria também sofre com os ataques aos direitos, com o incentivo à competição entre colegas, ao individualismo, além da transformação de todos em gerente, com mais responsabilidade, para burlar a jornada da categoria e mascarar a sobrecarga de trabalho”, afirmou.

Para Augusto, a melhor forma de trazer mais jovens para os sindicatos é conscientizando os trabalhadores sobre a importância da luta sindical para a conquista dos direitos da categoria. Este Encontro é uma etapa importante deste processo para formar agentes multiplicadores destas ideias.

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