Bancários fecham 2024 com conquistas importantes
Em 2024 os bancários renovaram a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), garantindo aumento real nos salários, participação nos lucros e resultados (PLR) e demais verbas econômicas, além da manutenção de todos os direitos e a ampliação de 10 novas cláusulas na CCT. Esta foi uma conquista importante, fruto de muita luta e mobilização da categoria. A negociação com os bancos foi difícil e desafiadora, como relembra o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Hermelino Neto, nesta pequena retrospectiva sobre as lutas a categoria em 2024.
Quais foram os principais desafios de 2024?
Hermelino Neto - Foram muitos os desafios para a categoria bancária em 2024. O principal foi a campanha nacional, cujo o objetivo era fechar um acordo com o índice acima da inflação e renovar cláusulas da CCT. Nós entregamos uma minuta que continha também algumas novas reivindicações, que foram incorporadas no processo de fechamento do acordo.
É claro que nós tínhamos uma expectativa de um reajuste melhor. Entretanto, a gente esbarrou com a truculência da Fenaban, com posições retrógradas e com muitas ameaças. Então, esse ano, nós tivemos alguns problemas na mesa de negociação. A gente só conseguiu romper a barreira da ultratatividade via bancos públicos, porque a Fenaban colocava o dia 31 de agosto como limite para fechar o acordo e a gente só fechou ele na primeira semana de setembro. De certa forma, a gente derrotou a ultratividade, mas, tudo isso em função dos bancos públicos. Se não fosse os bancos públicos, certamente nós estaríamos em uma situação mais complexa.
Essa dificuldade na negociação se deve também a um esvaziamento muito grande da categoria bancária. Os bancos estão fechando os postos de trabalho, fechando agências, a pressão continua, o adoecimento também é muito grande, as condições de trabalho não são boas. A categoria tem reclamado disso e os sindicatos estão atuando em relação a essa questão.
Quais as conquistas mais importantes?
Hermelino Neto - Com certeza foi renovar a CCT e os acordos específicos por banco. Não foi o que nós queríamos, mas, foi o possível. A posição dos bancários da Bahia e Sergipe foi firme em afirmar que era possível ainda a gente ir mais longe. Existia um clamor das massas, da categoria da base e nós levamos esse clamor, essa solicitação para dentro do Comando Nacional dos Bancários, da necessidade de uma mobilização e de enfrentar todos os problemas. Entretanto, a gente reconheceu que não foi um cenário fácil. Apesar da alta lucratividade dos bancos, mas um esvaziamento muito grande da categoria.
Eu acho que a principal batalha que nós teremos nos próximos anos será a renovação da nossa convenção e mantendo o nível de emprego na categoria. Isso vai ser desafio em função do número de demissões e a terceirização que hoje chegou forte, principalmente em um banco, que compõe a mesa de negociação, que tem promovido desvio de função e a descaracterização do trabalho bancário.
Como foi a atuação da Feebbase este ano?
Esse foi um ano intenso. Nós iniciamos com nossa reunião de planejamento, prestação de conta e balanço da gestão de 2023. Depois fizemos o Encontro das Bancárias e o primeiro Encontro da Diversidade LGBTQIAPN+. Realizamos curso de formação, encontros por bancos, uma grandiosa Conferência Bahia e Sergipe. Além disso, participamos da conferência nacional e de vários eventos de outras entidades do movimento sindical e social.
Infelizmente também tivemos perda nesse processo. Perdemos o nosso ex-presidente da Federação Eduardo Navarro e esse foi um momento muito triste para nós. Eduardo contribuía muito na organização de eventos da Federação e era muito envolvido com a questão de formação.
Nós também tivemos papel decisivo nas mesas de negociações dos bancos públicos e, no caso da Fenaban, nós tivemos uma atuação muito firme e conseguimos renovar nosso aditivo Bahia e Sergipe, inclusive assinando um acordo aqui na sede da Federação. Da mesma forma, nós realizamos diálogos com a diretoria dos bancos, fizemos um bom debate em relação à saúde e condições de trabalho. Enfim, foi um ano muito intenso, muito positivo e realizamos também o nosso Congresso. Após o debate em todos os fóruns da entidade, pela primeira vez, depois de 56 anos, nós elegemos duas mulheres para comandar a Federação.
Todas as ações da Federação são feitas com debates junto à diretoria, departamentos e o Conselho dos Presidentes. Nós já tínhamos consolidado essa nossa atuação junto ao Conselho dos Presidentes e esse foi um ano que a gente se aproximou mais ainda, discutindo os vários temas que envolvem a categoria.
Então, foi um ano muito positivo. Eu avalio, que a Federação tem se destacado ao longo dos anos como uma entidade muito forte, que goza de respeito perante as demais entidades sindicais em âmbito nacional.