Grupo de trabalho debate o futuro da Caixa
O Grupo de Trabalho (GT) Caixa do Futuro realizou sua primeira reunião nesta quinta-feira (31/7), por videoconferência. Formado por representantes dos bancários e da Caixa, o grupo foi pensado para refletir sobre soluções de defesa do caráter público banco, valorização e manutenção dos direitos dos empregados e para o bom atendimento aos clientes.
Durante o encontro, o banco fez uma apresentação sobre sua “cultura organizacional”, ressaltando que o propósito da Caixa é “transformar a vida das pessoas”, sendo indispensável ao Brasil, atuando com agilidade, eficiência e centralidade no cliente. E que, nesta cultura organizacional, “cooperar é melhor do que competir”.
Outro ponto apresentado pela Caixa foi com relação ao programa de premiação Super Caixa. O banco disse se tratar de uma premiação concedida aos empregados das redes de varejo e atacado como reconhecimento pelo desempenho superior ao ordinariamente esperado e que se trata de uma liberalidade do banco.
A premiação foi criticada pelos representantes dos empregados, pois está condicionada à entrega de 100% no resultado.caixa da sua unidade, e também ao índice de satisfação do cliente (CSAT) e de Negócios Sustentáveis (NS). Com isso, se a unidade não alcançar 100%, o empregado não recebe nada, mesmo tendo alcançado sua meta pessoal. Isso desestimula os empregados.
Outra mudança que, segundo pode prejudicar os trabalhadores é que o pagamento está atrelado à remuneração base (RB). Além disso, deixa de ser trimestral e passa a ser semestral. O teto por semestre passa a ser de até quatro RBs. Antes era de até R$ 50mil por trimestre.
Segundo a representação dos trabalhadores, ao contrário do que foi afirmado pela Caixa, os empregados reclamam que a nova forma de premiação dificulta o atingimento da meta estabelecida e, se for atingida, os valores pagos serão menores do que os que eram pagos no formato anterior.
Outra revisão pedida pela representação dos trabalhadores foi com relação ao absenteísmo. O banco disse que as ausências prejudicam apenas do nível das Superintendências Regionais para cima. Os empregados observaram que se as superintendências são prejudicadas elas fazem pressão nos níveis inferiores. Ou seja, mesmo que não oficializado, há prejuízo também os níveis mais baixos.
VPN
Os empregados questionaram o banco sobre a volta do funcionamento da Rede Virtual Privada (VPN) que está desativada e impede o trabalho remoto (home office). A volta do funcionamento da VPN está prevista para acontecer nesta sexta-feira (1º/8).
A falta do VPN causa diversos problemas aos empregados, uma vez que o banco não tem estrutura adequada suficiente para que todos os empregados realizem suas atividades em alguma unidade.
“Empregados trabalham amontoados nas unidades e, em Salvador, tem departamentos inteiros tendo que trabalhar em um hotel, com seus laptops no colo. Sem qualquer cuidado de ergonomia. Não há condição de trabalho”, disse o representante da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Erico de Jesus.
Outros assuntos
A representação dos empregados também apresentou outros questionamentos para que a Caixa traga respostas na próxima reunião. Entre elas a disponibilização, ou não, de celulares para o uso do App de visitas PJ; a falta de estrutura para o retorno ao trabalho presencial dos empregados que realizam as atividades em formato remoto; e questões relacionadas à reestruturação de agências. Além disso, reivindica debate sobre carreiras e novas ferramentas de mensuração, que privilegiem a cooperação entre colegas e unidades, ao invés de incentivar disputas entre unidades da própria Caixa.
A próxima reunião do GT Caixa do Futuro deve acontecer no dia 3 de setembro, por videoconferência.