Lucro de grandes bancos em 2008 deve crescer 15%

A crise financeira internacional definitivamente não chegou aos bancos brasileiros, que em 2008 devem bater mais um recorde de lucratividade. Só as quatro maiores instituições financeiras do país devem aumentar em 15% seus ganhos em relação a 2007, conforme pesquisa da agência classificadora de risco Austin Rating. A expectativa é que Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Unibanco lucrem, juntos, R$ 29 bilhões.

Os bancos que atuam no Brasil, mesmo sem serem afetados pela crise, estão aumentando o spread e encarecendo o crédito. Neste momento, em que o país precisa da colaboração de toda sociedade para superar a crise, os bancos que estão entre os setores mais lucrativos, são os que menos contribuem para o crescimento e desenvolvimento do país.

O Bradesco abriu nesta segunda-feira, dia 2, a safra de balanços dos gigantes do setor, com o anúncio de um lucro de R$ 7,620 bilhões. A estimativa da Austin para o resultado líquido do Bradesco era de R$ 7,86 bilhões no ano passado. O destaque nas previsões é para o lucro do Banco do Brasil, que poderá aumentar em mais de 100%, passando de R$ 5,05 bilhões em 2007 para R$ 10,26 bilhões no ano passado, influenciado, particularmente, por eventos extraordinários ocorridos no quarto trimestre de 2008. Entre eles, o banco já comunicou ao mercado que computou um ganho de R$ 5,32 bilhões com superávits atuariais da Previ.

O Itaú, que deve divulgar seus números em 26 de fevereiro, poderá apresentar ganhos de R$ 7,68 bilhões em 2008, com queda de 9% em relação ao ano anterior, resultado de efeitos não recorrentes expressivos que elevaram seus lucros mas que, diferentemente do BB, aconteceram em 2007. Já o lucro líquido do Unibanco, também por efeitos que engordaram os seus números de 2007, poderá recuar em torno de 17%, a R$ 2,85 bilhões no ano passado.