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Outubro Rosa 2022

Seminário da CTB encerra com debate sobre Estado, luta de classe e crise


Foi encerrado nesta quarta-feira (17) o Seminário "Desafios para o Movimento Sindical numa Conjuntura de Crise". Mais de 60 lideranças sindicais, representando 27 sindicatos de 18 estados, 3 federações e 3 confederações, participaram do evento que foi promovido pela CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e CES (Centro de Estudos Sindicais).

Correlação de forças

O segundo dia do Seminário foi iniciado com a exposição do tema "Política e Modernidade" e a mesa foi coordenada por Nivaldo Santana, vice-presidente da CTB e Márcia Almeida, diretora da Central.


Durante o debate, Madalena Guasco Peixoto, professora da PUC-SP e coordenadora Geral da Contee (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino) apresentou o painel sobre "Estado, Governo e Sindicatos - projeto político, econômico e social". Segundo Madalena o Estado, devido ao seu conteúdo, sua origem e seu papel na vida da sociedade, é um dos problemas mais agudos da luta de classes."O Estado é uma máquina para manter a dominação de uma classe sobre as outras. È antes de tudo um aparato especial de violência, coerção e hegemonização de um sistema de instituições criadas pelas classes dominantes. O Estado sempre tem uma essência de classe, que se relaciona diretamente com as relações econômicas vigente.", disse a professora ao justificar os ataques aos direitos trabalhistas e a criminalização dos movimentos sociais.

Ao falar sobre a o sistema político moderno e a crise neoliberal e a elaboração de um novo projeto social para o país, Madalena afirmou: "Somos um país dependente, e isso interfere na nossa política e, consequentemente, na luta dos sindicatos. Hoje continuamos reivindicando um projeto de desenvolvimento nacional, democrático e soberano, com valorização do trabalho. Esse é o caráter de classe do projeto que nós perseguimos", afirmou a professora.

Para Madalena, há limites que são impostos ao movimento sindical e, dentro destes limites, temos que desenvolver estratégias para fazer a luta de classe avançar. "Quem tem força para mudar isso é o povo organizado, e é isso que amplia a força dos movimentos sociais diante do capital".

Madalena falou que a crise profunda do sistema capitalista tem conseqüências nas relações de trabalho e de produção, que devem gerar um debate ideológico importante para a luta de classes. 



Crise capitalista

No período da tarde o jornalista Altamiro Borges falou sobre "A crise do sistema capitalista e a centralidade do trabalho". A mesa foi coordenada pelos diretores da CTB, Dalva Leite (combate ao racismo) e Sérgio Miranda (política agrícola e agrária).

Altamiro Borges falou sobre as características das principais crises do capitalismo na história e seus prejuízos imensuráveis para os países emergentes, afirmando que a atual crise capitalista tem proporções inéditas, atingindo o modo de consumo, de produção e financiamento, configurando mudanças profundas na lógica de mercado, com fusões de indústria que revelam maior concentração de poder e riqueza. "Esta é uma crise estrutural do sistema capitalista, muito mais profunda do que as que ocorreram anteriormente. Mas isso não significa o fim do sistema capitalista, pois ele se realimenta na crise, com fusões de grandes conglomerados financeiros e industriais".


 Segundo o jornalista, as conseqüências sociais da crise capitalista são alarmantes, com maior impacto no aumento da pobreza e no desemprego. "Este cenário atingiu de forma severa os grandes países imperialistas, muito mais do que os emergentes. A crise capitalista atinge os países periféricos de forma diferenciada. Por diversos fatores esses países conseguiram se defender um pouco mais em função das políticas implantadas", afirmou.

Altamiro Borges encerrou a sua apresentação lembrando que a crise também tem conseqüências importantes na geopolítica como declínio do império dos Estados Unidos, descrédito no padrão dólar e a derrocada do neoliberalismo.

Avaliação positiva

No final, todos receberam o Certificado de Participação e avaliaram o Seminário.

Celina Arêas, diretora da Secretaria Nacional de Formação da CTB, comemorou o resultado positivo do Seminário. "Desde a fundação da CTB, nós temos como princípio a preocupação com a formação, pois acreditamos que esse é o caminho mais seguro para que a CTB tenha uma atuação firme em defesa dos direitos e conquistas dos trabalhadores", afirmou.
Para Celina, os temas que foram escolhidos para serem debatidos no Seminário ajudaram a entender melhor a conjuntura atual e contribuíram para qualificar a atuação sindical. "A avaliação de todos foi positiva e muitos querem que a CTB promova outros seminários de formação para que possamos nos preparar para construir uma sociedade socialista", concluiu a diretora da CTB.

Portal CTB

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