30º Congresso Nacional dos Funcionários debateu futuro do BNB
O 30º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) reuniu bancárias e bancários, dirigentes sindicais, representantes de entidades nacionais e especialistas convidados para dois dias de intensos debates sobre o presente e o futuro da categoria. O evento aconteceu na sexta-feira e sábado (15 e 16/8), no Hotel Vila Galé, em Fortaleza (CE).

A delegação da Bahia e Sergipe contou com 8 bancários e bancárias, que levaram contribuições importantes para o debate.
O Congresso foi marcado pela análise crítica da conjuntura e pela reafirmação da importância estratégica do Banco do Nordeste como patrimônio do povo brasileiro e instrumento fundamental de desenvolvimento da região.
A mesa de abertura, na sexta-feira (15), às 19h, destacou a necessidade de fortalecer a defesa do BNB como maior banco de desenvolvimento da América Latina, enfrentando ataques aos direitos e resistindo ao avanço da precarização no sistema financeiro.
O primeiro debate do sábado (16/8) foi conduzido pelo professor de História e diretor da Contraf-CUT, José Luís, que apresentou a palestra “A interferência dos EUA na América Latina”. A exposição resgatou episódios marcantes da ingerência norte-americana, desde a Doutrina Monroe e o Destino Manifesto, passando pela Operação Condor e o apoio às ditaduras militares na região, até a influência recente sobre políticas neoliberais e a utilização da religião como ferramenta política. O professor ressaltou que compreender esse percurso é fundamental para a luta por soberania e para a defesa das empresas públicas brasileiras, entre elas o BNB, a Capef e a Camed.
Na sequência, o cientista político Frederico Costa apresentou a palestra “Política brasileira e eleições 2026”. O professor destacou que o próximo processo eleitoral estará marcado pela disputa entre projetos antagônicos de país e pela necessidade de defender a democracia diante das ameaças autoritárias.

Saúde e previdência
A parte da tarde foi dedicada às mesas sobre saúde e previdência, com foco nos patrimônios coletivos dos trabalhadores do BNB. Na mesa sobre a Camed, os diretores Phillipe Brandão (Camed Corretora) e Mário Hermógenes (Camed Saúde) apresentaram dados sobre a atual situação da operadora e da corretora, que juntas atendem mais de 38 mil beneficiários e movimentaram em 2024 mais de R$ 650 milhões em prêmios de seguros. Foram destacados investimentos em programas de prevenção, telemedicina e telepsicologia, além do papel da corretora no fortalecimento financeiro da saúde suplementar da categoria.
A mesa reforçou que a Camed é um patrimônio do funcionalismo do BNB e deve ser defendida com unidade, transparência e responsabilidade. Em seguida, o debate ficou por conta de Henrique Tinoco sobre a Capef, plano de previdência dos funcionários, onde foram discutidos os desafios de sustentabilidade e a importância de garantir segurança e solidez para o futuro dos trabalhadores e trabalhadoras.

O 30º Congresso Nacional dos Funcionários do BNB reafirmou que a luta em defesa do Banco do Nordeste é também uma luta pelo desenvolvimento soberano da região, pela democracia e pela valorização do trabalho. Ao longo dos dois dias, ficou evidente que saúde, previdência e direitos não são concessões, mas conquistas históricas que precisam ser preservadas e ampliadas.
Na avaliação do diretor da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Waldenir Britto, membro da comissão nacional e delegado do evento, apesar dos temas apresentados serem importantes, o Congresso poderia ter incluído outros temas de destaque para o conjunto dos funcionários do BNB. “Acredito que mesmo não sendo um Congresso deliberativo, em relação a pauta de negociação, já que nosso acordo é válido até o ano que vem, deveria ter feito parte da programação do Congresso, como solicitamos, as discussões sobre temas vitais para os funcionários, como saúde, reclassificação das unidades, avaliações de pessoal, promoções, PCR, convergente, dentre tantos outros problemas que enfrentamos no dia a dia. Perdemos uma boa oportunidade de debater e aprofundar com os delegados e delegadas presentes, estes temas. Fica esta crítica dirigida a organização do Congresso”, ressaltou Waldenir
Fonte: Fetrafi/NE, com acréscimos.

