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Outubro Rosa 2022

3ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais de Bancos Internacionais

Começou nesta quinta-feira, dia 22, a 3ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais de Bancos Internacionais, que será realizada até sexta na sede da Contraf-CUT, em São Paulo. O evento reúne cerca de duzentos trabalhadores bancários de toda a América Latina. Em debate o emprego e as condições de trabalho.

Além dos bancários brasileiros, participam trabalhadores da Argentina, Paraguai, Chile, Uruguai, Colômbia, Peru, Costa Rica, Panamá, Guatemala e Espanha. Eles são funcionários do Santander, BBVA, HSBC, ABN Amro, Itaú, Unibanco e Banco do Brasil.


Ataque a direitos trabalhistas repete-se em vários países


Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Espanha, Guatemala, Paraguai, Peru, Uruguai, as realidades enfrentadas pelos trabalhadores bancários em todos esses países foi relatada no painel Proteção do Emprego e Condições de Trabalho: legislações, acordos coletivos e lutas sindicais nacionais e internacionais.

Os relatos dos representantes de cada país mostrou que há movimentos parecidos em diversos países, como a internacionalização do setor, processos de fusão/reestruturação, com a perda de milhares de empregos, redução de salários, terceirizações, precarização das condições de trabalho e práticas anti-sindicais. Práticas que chegam até mesmo a assassinatos de dirigentes sindicais, como ocorre na Colômbia.

Bancários da América Latina promovem Jornada de Luta em dezembro


(São Paulo) Bancários da América Latina promovem Jornada Internacional de Luta entre os próximos dias 10 e 14 de dezembro. O objetivo é proteger o emprego e exigir melhores condições de trabalho.

A Jornada foi definida nesta quinta-feira, dia 22, durante a 3ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais de Bancos Internacionais, que será realizada até amanhã, na sede da Contraf-CUT, em São Paulo.

Os participantes da Reunião aprovaram também uma logomarca que deverá ser utilizada por todos os sindicatos em suas publicações.

"Vamos promover uma grande campanha internacional em proteção ao emprego e por mais condições de trabalho. Os sindicatos devem se envolver e reforçar o plano de ação da UNI. A Contraf-CUT repassará todas as orientações nos próximos dias", afirma Ricardo Jacques, secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT.

Ao final, os cerca de duzentos participantes do encontro definiram que a 3ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais de Bancos Internacionais será denominada "Juan José Ramos", sindicalista bancário do Uruguai, morto recentemente vítima de uma leucemia.

Professora da Unicamp analisa concentração bancária na América Latina


(São Paulo) O intenso processo de concentração no sistema financeiro mundial, em espacial na América Latina, foi o tema da apresentação da professora Maria Alejandra Madi, da Universidade de Campinas. A palestra fez parte da mesa temática "Conjuntura Internacional e o Sistema Financeiro", que ocorreu nesta manhã do dia 22 como parte da 3ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais de Bancos Internacionais. A mesa foi formada por Oriette Ozonta Elizondo, do Sindicato de Bancos Populares da Costa Rica, e Eduardo Negro, da Associação Argentina La Bancária, além de Alejandra.

A professora chamou a atenção para a impressionante movimentação de capitais a partir de 2006, na forma de compra e venda de patrimônio. Segundo ela, grandes players globais e regionais intensificaram um processo de aquisição de outras instituições, ampliando fortemente a concentração do setor financeiro. Os bancos brasileiros aparecem compradores regionais, mas há outros, com destaque para a atuação cada vez mais intensa de bancos canadenses. Uma outra novidade nesse processo é o papel dos Estados, que participam do processo de concentração por meio dos bancos públicos, que passam a comprar outras instituições.

Nesse sentido, Alejandra vê um crescimento expressivo da participação de Citigroup e HSBC na América Latina, um aumento mais moderado da presença do BBVA e uma reorganização do Santander, que sai de alguns países e intensifica sua presença em outros.

Um outro fator que deverá intensificar ainda mais esse processo, segundo Alejandra, são os acordos de Basiléia II, que pretendem reorganizar as regras do sistema financeiro internacional. "Os acordos deixam claro que as assimetrias fazem parte do projeto neoliberal", disse a professora. Ela explica que os bancos têm encontrado dificuldades em cumprir as cláusulas que pedem ampliação do capital. "Os grandes bancos têm mais facilidade para conseguir recursos. As empresas menores terão mais dificuldades e isso acabara aumentando a concentração", avaliou.

A América Latina tem uma boa situação hoje, pois nunca teve tantas reservas acumuladas. Por isso mesmo foi menos atingida pela recente crise financeira internacional. Mesmo assim, os impactos dessa crise foram sentidos, na forma de perdas para bancos internacionais como JP Morgan e HSBC. "Mas é importante avaliar o impacto dessa concentração de mercados e renda numa região em que 44% das pessoas estão abaixo da linha da pobreza", avaliou a professora.

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