Bancário vitima de discriminação racial em Ipiaú

Mais uma vez nos deparamos com uma situação de discriminação racial no interior de uma agência bancária. Aconteceu no Banco do Brasil de Ipiaú em 24 de janeiro deste ano, conforme o BO - Boletim de Ocorrência registrado na Policia Civil daquela cidade, com o bancário e diretor da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Renato Nascimento dos Santos. Segundo o BO, o bancário encontrava-se em seu local de trabalho quando chegou determinado senhor de nome José Fernando Pereira dos Santos, locutor da FM Ipiaú, com intuito de sacar um cheque que, segundo o BO, estava nominativo à pessoa jurídica, mas precisamente à Rádio.

Seguindo as normas de pagamento, o caixa solicitou que o cidadão apresentasse os documentos necessários para que pudesse efetuar o pagamento, o que não foi feito pelo portador do cheque. Logo em seguida, o Sr José Fernando dirigiu-se a um gerente da agência, que segundo ele próprio autorizou o pagamento do cheque. O caixa procurou o colega gerente para explicar o porquê daquele cheque não poder ser pago naquelas condições e foi surpreendido pela presença do portador do cheque, fato que o levou a não poder dialogar com o colega gerente. O portador do cheque então, sentiu-se ofendido pelo fato do caixa não ter descumprido as normas do banco e saiu da agência mostrando irritação.

Ainda segundo o BO, no dia 28 de janeiro, o radialista convocou um advogado para uma entrevista na rádio relatando o ocorrido e então passou a desferir frases ofensivas e de caráter racial. Segundo a gravação da própria rádio, o locutor teria dito dentre outras coisas "... que entre os três caixas do 1º andar, ele é o único negro..." e que "... caixa teria de sair do convívio da sociedade e ser transferido para uma agência no sertão, onde nem tivesse ar-condicionado para ele sentir na pele...". Diante do ocorrido, o Sindicato dos Bancários de Jequié manifesta total repúdio com tal intolerância e convoca a todas as entidades a se manifestarem e exigirem da sociedade ipiauense as medidas cabíveis e a punição nos rigores da lei, para que situações iguais não voltem a ocorrer.