Bancos públicos ampliam crédito e retomam protagonismo

Os bancos públicos federais voltaram a desempenhar papel central no crédito para o setor público. Em 2024, o Banco do Brasil (BB) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) concedendo juntos R$ 37,4 bilhões em empréstimos para estados e municípios

O BB liberou R$ 19,06 bilhões no ano, liderando o mercado de operações de crédito para o setor público. Apesar disso, o valor foi 4% menor em termos nominais do que em 2023. Já o BNDES protagonizou um salto impressionante, com R$ 18,36 bilhões concedidos, um crescimento de 502% em relação ao ano anterior. A Caixa Econômica Federal, por sua vez, ocupou o terceiro lugar, com R$ 8,6 bilhões em financiamentos.

Segundo o levantamento, a cada R$ 100 concedidos em crédito aos governos regionais, R$ 90 vieram das três instituições públicas. Essa predominância reflete a política de incentivo ao investimento público do governo Lula (PT).

O BB afirmou que sua liderança no setor reflete uma decisão estratégica de governança para operar em um ambiente favorável a essas linhas de crédito. A instituição ressaltou que 88% de seus contratos possuem garantia do Tesouro Nacional, o que viabiliza juros mais baixos. Ainda assim, o banco realizou empréstimos no valor de R$ 2,26 bilhões sem garantia formal, recorrendo ao "mecanismo de autoliquidez" para mitigar riscos.  

O BNDES atribuiu a expansão de suas concessões à "retomada da atuação histórica" no financiamento de estados e municípios. O banco enfatizou o foco em projetos relacionados à resiliência climática e à redução de vulnerabilidades sociais.  

A Caixa Econômica Federal, tradicionalmente mais ativa no crédito municipal, apontou o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) como impulsionador das operações. A instituição informou que seguirá entre os principais agentes do mercado em 2025, priorizando contratos com garantia da União.