Bases: Sessão debate ações contra o Bradesco
A sessão especial sobre a Fundação Baneb de Seguridade Social (Bases), realizada ontem, na Assembléia Legislativa, foi mais um passo contra as tentativas do Bradesco de assumir o controle da entidade. O deputado Álvaro Gomes (PCdoB), autor da sessão, disse que o tema tem pautado os debates na Casa. "O meu mandato sempre esteve à inteira disposição dos associados e continua sendo assim. Esta sessão é mais um importante passo na luta contra o Bradesco".
Com o Plenário lotado, o advogado e especialista em Previdência Privada, Sérgio de Andrade Ferreira, fez uma explanação sobre o caso e disse estar convicto de que as iniciativas do banco não têm fundamento. "Tudo está absolutamente errado, dos atos jurídicos à Legislação. A transferência de controle, no fundo, significa a extinção da entidade e prejuízos para os associados".
O presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Euclides Fagundes Neves, relembrou os prejuízos causados aos empregados com a privatização do Baneb, como redução do quadro funcional e extinção de direitos históricos. "A tentativa do Bradesco de centralizar a Bases em São Paulo é mais uma ação absurda, que não fornece nada de bom aos aposentados e pensionistas".
O vereador Everaldo Augusto (PCdoB), que já havia proposto sessão com o mesmo tema na Câmara Municipal, também recordou as atrocidades do Bradesco e disse estar firme em defesa da Bases.
Participaram da sessão dezenas de ex-banebianos e associados, o presidente da Casseb, Paulo Nolasco, o presidente fundador da Bases, Rubens Pessoa, o Cônsul de Portugal, João Sabino Costa, além de representantes das secretarias de Segurança Pública, da Fazenda e de Relações Institucionais.
Defesa do patrimônio
O Bradesco tem traçado diversas estratégias para se apoderar do patrimônio de R$ 570 milhões da Bases, acumulado por contribuições dos associados ao longo de 22 anos. Sem sucesso, tentou retirar o patrocínio, papel que lhe cabe como participante. Depois, o Bradesco solicitou o pedido de transferência de gerenciamento junto à Secretaria de Previdência Complementar (SPC), concedido sem dar à Fundação direito de defesa.
Após recurso administrativo e um intenso trabalho de mobilização dos associados, a Fundação conseguiu, momentaneamente, barrar a transferência de gerenciamento, conforme despacho da SPC, em fevereiro deste ano. Agora, a Bases e o Bradesco devem formular argumentos para, então, a Secretaria tomar uma decisão.

