Combate à extrema direita em debate na Conferência Nacional
A 26ª Conferência Nacional d@s Trabalhador@s do Ramo Financeiro reiniciou os trabalhos neste sábado (8/6), com a aprovação do Regimento Interno e o debate sobre conjuntura nacional e o combate à extrema direita.
O palestrante foi o professor e mestre em direito Pedro Serrano, que tem pós-doutorado em Teoria Geral do Direito pela Universidade de Lisboa. Ele abordou as características do pensamento e comportamento da extrema direita e como o estado autoritário se comporta atualmente.
Em sua fala, Serrano destacou que a caricaturização da extrema direita impede uma compreensão profunda e eficaz de suas estratégias. Além disso, a sua linguagem se fundamenta na mentira, tornando difícil identificar suas verdadeiras intenções apenas ouvindo suas propostas. “A extrema direita é diversa e se adapta aos contextos locais, como evidenciado pelo bolsonarismo no Brasil, sendo preciso entender a diversidade dentro do segmento para combatê-lo efetivamente”.
Ameaças futuras
Serrano alertou ainda que, embora figuras como Bolsonaro representem uma ameaça atual, o futuro trará um autoritarismo mais sofisticado e perigoso. Esse novo autoritarismo usará uma linguagem mais moderada, mas será igualmente eficaz na erosão dos direitos e da democracia. Ele destacou que, apesar do governo de Lula ser progressista, enfrenta um sistema que continua a implementar medidas de exceção. "Nós não vamos ter mais ditaduras explícitas; o que teremos são novas formas de autoritarismo, com medidas de exceção dentro da democracia," afirmou Serrano.
Ele analisou que a vitória de Lula na Presidência não garantiu poder total, pois o Legislativo e o Judiciário ainda promovem medidas que atacam direitos sociais e trabalhistas. O desafio futuro será enfrentar um autoritarismo mais sofisticado, capaz de corroer a democracia de dentro para fora, utilizando uma linguagem disfarçada.
O professor concluiu enfatizando: "Precisamos de uma mobilização organizada e de uma compreensão profunda dos mecanismos ideológicos da extrema direita para enfrentar os desafios atuais e futuros na defesa da democracia e dos direitos dos trabalhadores."
Fonte: Contraf, com edições.