Entrevista com Everaldo Augusto: Projeto pela segurança à população
O Bancário - Qual o objetivo do projeto de lei sobre o abastecimento de caixa eletrônicos?
Everaldo Augusto - O projeto é uma tentativa de normatizar o abastecimento de caixas eletrônicos e de auto-atendimento em Salvador, uma vez que a atividade é acompanhada e fiscalizada por diversos órgãos, mas nenhum trata da questão da segurança da população durante a execução do serviço. Da forma como é realizado hoje, geralmente no horário do expediente, é um fator permanente de perigo para a população.
O Bancário - O jornal do Sindicato dos Vigilantes alega que a definição de um horário para o abastecimento dos caixas aumentaria o risco de assaltos. Isto é coerente?
EA - O que expõe os vigilantes é levar um grande montante de dinheiro no meio de clientes, correndo o risco de ser assaltado, além de estar em constante tensão, com a circulação de um grande número de pessoas. O nosso projeto pretende exatamente evitar esse perigo e pode até gerar mais empregos, pois as empresas terão que criar dois turnos de trabalho. Um antes da 10h e outro depois das 16h. O risco de assaltos vai continuar o mesmo.
O Bancário - Quais os benefícios do projeto para a população?
EA - Com certeza o aumento da segurança. Da forma como o abastecimento é feito hoje, a população se torna um escudo e se torna vítima potencial, em caso de tentativas de assalto. A mudança traria também mais segurança para os vigilantes, pois ao fazer o serviço em horário sem trânsito de pessoas, eles teriam maior controle do espaço e das circunstâncias.
O Bancário - Isso não traria riscos de faltar dinheiro nos caixas eletrônicos?
EA - Não, pois geralmente os caixas eletrônicos são abastecidos apenas uma vez por dia.
O Bancário - Como surgiu a idéia do projeto?
EA - Essa discussão já faz parte da pauta de reivindicação dos bancários, junto com uma série de projetos para aumentar a segurança nos bancos. A mudança no horário de atendimento entrou na pauta, após a constatação de casos de assaltos, em que a população foi atingida por tiros ou outras formas de violência. A questão está sendo debatida em várias cidades do país.
O Bancário - Por que o Sindicato dos Vigilantes é contrário ao projeto?
EA - O projeto está tramitando na Câmara de Vereadores e ainda está na fase de debate. Todos serão convidados para participar da discussão, inclusive o Sindicato dos Vigilantes. Apesar disso, o jornal do sindicato já se manifestou contrário ao projeto, levando em conta aspectos da categoria. Até ai tudo bem. O problema é a forma equivocada como foi colocada essa opinião, partindo para ataques pessoais ao autor do projeto e levando para o campo muito ruim, que é o da questão partidária. Tudo indica que o Sindicato dos Vigilantes quer trazer esse debate para disputas do meio sindical. Lamento que seja assim, pois a direção do sindicato prova que não pode ser um bom interlocutor. Quanto aos ataques pessoais injustificados do Sindicato dos Vigilantes, vamos estudar as medidas cabíveis.
SEEB-BA

