Justiça proíbe Bradesco de fechar PAB de Chorrochó
Uma vitória importante contra os desmandos dos bancos. O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) determinou que o Bradesco não encerre as atividades do único posto de atendimento bancário da cidade de Chorrochó, no interior da Bahia. A decisão em caráter liminar atende à solicitação da prefeitura municipal, que tenta evitar os prejuízos para a população da cidade.
Sem o posto do Bradesco, os moradores de Chorrochó terão que se deslocar até Paulo Afonso, que fica a 170km, para ter atendimento bancário.

Na decisão liminar, o desembargador do TJ-BA José Cícero Landim Neto determina que o Bradesco mantenha o funcionamento integral das atividades do banco na cidade até que seja instalada uma unidade bancária avançada ou estrutura semelhante no município. A decisão proíbe o Bradesco de fechar as portas na cidade - o que foi previsto para o dia 22 deste mês - e deixar os moradores sem qualquer tipo de atendimento. Foi estipulada multa diária no valor de R$ 100 mil, em caso de descumprimento.
O posto de atendimento é o único meio que os moradores da cidade encontram para acessar serviços bancários presenciais, como emissão de extrato bancário, pagamentos de conta e retirada de benefícios sociais. O atendimento presencial é ainda mais importante na cidade, que tem parte importante da população na área rural.
"Essa decisão, além de impedir o fechamento do posto de atendimento, decide que o Bradesco não pode deixar de ter alguma forma de atender a população", explica o advogado Cícero Dias, que presta assessoria jurídica ao município de Chorrochó.
Para o desembargador que proferiu a decisão, o banco precisa disponibilizar caixas eletrônicos para atender a demanda local. Além de fornecer "atendimento assistido para apoio às operações digitais, considerando as limitações tecnológicas da população local, sem que haja a precarização do serviço; devendo, ainda, o banco agravado comunicar, prévia e efetivamente, à população e à municipalidade sobre as medidas implementadas e instruções de utilização dos novos meios de atendimento".
A decisão é uma vitória importante, não apenas para os moradores de Chorrochó. É uma esperança para os clientes de tantas outras cidades, que foram abandonados pelos bancos sem nenhuma explicação.

