|
Neste mês, os fundos realizarão assembleias dos 230 fundos do Real para oficializar a transferência da gestão para a Santander Brasil DTVM, novo nome da ABN Amro DTVM, diz Luciane Ribeiro, diretora executiva da Asset Management do Grupo Santander Brasil. As estruturas das duas assets já foram integradas fisicamente, o que deve facilitar o trabalho, diz. O Santander tem mais 300 fundos.
As assembleias começam na segunda quinzena deste mês e a transferência deve ocorrer entre 40 e 45 dias. Os cotistas têm de aprovar a transferência de custodiante, controlador e empresa gestora e ainda devem deixar espaço para outras mudanças possíveis dentro do processo de integração dos dois bancos, diz Luciane.
Na prática, para o investidor, não deve mudar nada, uma vez que a gestão continuará sendo feita pela mesma equipe de hoje. "Apenas o nome da empresa mudou", explica. Há também a transferência da custódia dos fundos do Unibanco para o Santander Brasil, o que também não muda muito para o investidor. O mais importante, que são as equipes de gestão, já foram integradas em dois grandes grupos, um de renda fixa, comandando por Eduardo Castro, e outro de renda variável, sob o comando de Alexandre Silvério. "A gestão é comum e atende as duas redes, do Real e do Santander", diz Luciane. "Tudo segue separado por enquanto, cada rede com seus fundos", diz. Eventuais mudanças na grade de fundos vai ficar para um segundo momento, diz Luciane. "Vamos analisar o que cada um tem, algum fundo que o Santander não tenha e o Real tenha que seja interessante, e vice-versa, mas mais adiante", diz.
Luciane diz que a união das estruturas não resultou em muitas demissões porque a operação de compra do ABN Amro ocorreu em 2007, quando o mercado estava aquecido, e a equipe acabou diminuindo gradualmente com a saída de gestores. No total, a asset tem hoje 140 pessoas, das 170 que as duas equipes tinham na época do negócio. "Mas houve um ganho de escala, o Real tinha R$ 39 bilhões e o Santander R$ 60 bilhões, então temos agora uma empresa com R$ 94 bilhões hoje, sem contar a parte offshore, que não entrou no negócio", lembra.
Luciane diz que está um pouco mais otimista este ano, que ela acredita que será melhor que 2008. "Janeiro já tivemos algum crescimento do setor de fundos, mesmo que puxado pelo setor público, pela sazonalidade, mas estou otimista", diz. Ela espera que a queda nos juros e a menor concorrência dos CDBs - por conta do próprio ajuste do mercado de crédito bancário, que deve diminuir seu ritmo de crescimento - ajudem o crescimento dos fundos de investimento.
"A captação dos CDBs foi muito agressiva em 2008 e houve migração de fundos para esses papéis, mas isso tende a diminuir este ano", diz. Apesar disso, ela espera que 2009 ainda seja um ano difícil, com volatilidade alta e um elevado grau de incerteza com relação à economia mundial.
Valor Econômico
|