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AIDS-ONU: Por uma geração livre do HIV

Nações Unidas, 04/04/2008(IPS) - A Organização das Nações Unidas intensifica seus esforços para criar uma geração de meninos e meninas que nasçam livres do vírus da deficiência imunológica humana (HIV), causador da Aids - doença que devasta particularmente a África subsaaraina.


Um informe da ONU, divulgado ontem, diz que conseguir "uma geração livre do HIV é possível". Estima-se que 290 mil menores de 15 anos morreram no ano passado por causa da Aids e que outros 12,1 milhões perderam seus pais e mães, um ou ambos, devido à expansão da pandemia.

"Para milhões de crianças, o HIV e a Aids alteraram cruamente a experiência de crescer", enfatiza o estudo. Além disso, milhões experimentaram "um aprofundamento da pobreza, foram forçados a abandonar a escola e sofreram discriminação em conseqüência da epidemia". O documento "A infância e a Aids" destaca que, segundo dados de 2007, a maioria dos 2,1 milhões de crianças de vivem com o HIV foi infectada durante o período de gestação, durante o parto ou na fase de amamentação. Os jovens entre 15 e 24 anos representam aproximadamente 40% dos novos contágios com o HIV entre todas as pessoas maiores de 15 anos.

"As crianças e os jovens de hoje não conhecem um mundo livre da Aids", disse a diretora-executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Ann Veneman. "Milhares morrem por causa da doença a cada ano. Milhões perderam seus país ou quem cuidava deles. As crianças devem estar no coração da agenda global da Aids", acrescentou. Segundo a pesquisas, crianças e adolescentes são os mais vulneráveis diante da infecção, os menos preparados para se protegerem e os que têm mais em jogo em matéria de controle da pandemia da Aids.

A campanha para conseguir uma geração livre da doença tem sua origem em uma iniciativa da ONU de outubro de 2005 chamada "Unidos pela infância, unidos contra a Aids". O estudo divulgado nesta quinta-feira é uma iniciativa conjunta do Programa conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Onusida), a Organização Mundial da Saúde e o Unicefe. O documento passa em revista os avanços obtidos e os desafios pendentes em quatro áreas, conhecidas como "os quatro Ps". Trata-se de prevenir o contágio pelo HIV de mais para filhos, prover tratamento pediátrico, prevenir a infecção entre adolescentes bem como entre pessoas jovens, proteger e dar apoio às crianças infectadas com o vírus.

Embora persistam alguns problemas de financiamento, diz o documento, tanto os governos quanto os doadores estão destinando maiores fundos à prevenção, ao tratamento e a esforços voltados à proteção. Em 2007, foram investidos US$ 10 bilhões para combater a Aids, contra US$ 6,1 bilhões de 2004. Na lista de "êxitos e progressos", o estudo destaca que a maioria das nações está apresentando "progressos substanciais" para evitar a transmissão do vírus HIV de mãe para filho, particularmente na África subsaariana. Nas nações de rendas baixa e média, a proporção de grávidas que recebem tratamento com anti-retrovirais, para reduzir os riscos de contágio, aumentou de 10$ em 2004 para 23% em 2006.

"Merece destaque o sustentado progresso realizado na África austral e oriental, berço da maioria das crianças infectadas recentemente. A prioridade é implementar novas iniciativas e estender as que já foram testadas e demonstraram sua efetividade", recomenda o informe. Além disso, reclama ações em quatro áreas. Primeiro, fortalecer os laços comunitários que são fundamentais para um enfoque de luta contra a Aids centrado nas crianças. Também propõe reforçar os sistemas de saúde, educação e assistência social que são chave para intervir efetivamente em apoio às crianças afetadas pelo HIV e pela Aids.

Um terceiro aspecto é integrar os serviços de prevenção do contágio de mãe para filho nos programas de cuidados maternos, aos recém-nascidos e de atenção à saúde das crianças. Por fim, o estudo recomenda que se deve reforçar as bases de dados e a coleta de estatísticas para documentar os avanços e as carências e redobrar o compromisso na luta contra a enfermidade. O diretor-executivo da Onusida, Peter Piot, disse que se conseguiu importantes progressos no tratamento das crianças e na prevenção do contágio do HIV de mãe para filho. Mas, admitiu, "há muito por ser feito para prevenir o HIV entre as crianças e os adolescentes que quisermos seguir um caminho importante na tendência da epidemia". (IPS/Envolverde) (FIN/2008)

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