Baixa renda já tem mais da metade dos cartões de crédito do país, diz estudo
Os clientes de baixa renda possuíam, ao fim de 2007, a maior parte dos cartões de crédito do país, mas não respondiam nem por metade do faturamento dessa indústria. Os consumidores com renda pessoal de até R$ 1.499 detinham 60,7% dos plásticos e giraram 43,2% da receita. Já a faixa mais rica da população, com renda superior a R$ 2.500, possuíam 12,2% dos cartões e foram responsáveis por 28,7% do faturamento. Essa faixa gastou em média R$ 4.662 com cartão de crédito no ano.
Os dados constam do estudo " O cartão de crédito e suas Regionalidades " , divulgado hoje pela Itaucard. O levantamento concluiu também que mais cartões estavam nas mãos de mulheres (51,7% do total), mas elas foram responsáveis por 45,9% dos gastos totais. O ticket médio anual da mulher foi de R$ 1.752, contra R$ 2.210 dos homens.
De acordo com a pesquisa, mais da metade da população brasileira pode ter - ou já tem cartão de crédito. Seriam 102,1 milhões de pessoas enquadradas nos critérios do cliente-alvo das administradoras: população urbana com 18 anos ou mais e rendimentos pessoais superiores a R$ 150.
Mais da metade do número total de cartões circula na região Sudeste (48,9 milhões, uma alta de 94,3% de 2003 a 2007), de onde também sai a maior parte do faturamento dessa indústria (56,5% do total, ou R$ 103,5 bilhões em 2007). O Nordeste, segunda região mais populosa, tinha 27,8% dos cartões do mercado (25,8 milhões) e registrou faturamento de R$ 41,1 bilhões no ano (22,4% do total).
No entanto, o diretor de marketing de Cartões do Itaú, Fernando Chacon, informa que o crescimento dos cartões de crédito é mais forte fora das grandes metrópoles. " Observamos que grandes centros urbanos, no Sudeste do país, crescem em ritmo menos acelerado, dando espaço para o mercado de cartões se expandir em direção à periferia de grandes cidades e ao interior do País, levando as regiões menos exploradas a crescerem vigorosamente " , disse ele em nota.