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9º Encontro da Juventude Bahia e Sergipe

Bancos endurecem discurso contra governo sobre tarifas

Bancos endureceram o discurso sobre as tarifas bancárias. O presidente da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), Fabio Barbosa, disse ontem que é preciso ter cautela com o tema porque algumas alterações poderiam interromper a expansão da oferta de crédito e reduzir o acesso aos serviços bancários. Para o ministro Guido Mantega (Fazenda), não há razão para o discurso dos bancos.


"Tem havido um bom diálogo no sentido de evitar que a gente acabe entrando por um caminho que prejudique essa situação de expansão bastante grande do crédito e da bancarização", disse Barbosa após reunião com Mantega e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.


A entrevista de pouco mais de cinco minutos teve tom diferente de uma semana antes, após a primeira reunião para discutir o tema com Mantega. Na ocasião, Barbosa defendeu a transparência como forma de incentivar a concorrência e, assim, reduzir tarifas.


A Folha apurou que a mudança de tom tenta impedir a proibição de tarifas usadas para custear os chamados "canais extras" de acesso aos serviços, como agentes de crédito, correspondentes bancários e até os caixas eletrônicos.


A Febraban afirma que, se taxas como a TAC (Taxa de Abertura de Crédito) forem extintas, não haveria forma de custear esses canais. O argumento é que tais agentes são os principais responsáveis por levar empréstimos e outros serviços para o varejo, bairros periféricos e pequenas cidades. Portanto, uma mudança de regras ameaçaria a expansão do crédito e a bancarização que tem ocorrido principalmente nesses locais, segundo a entidade.


O tom mais duro dos bancos parece ser a resposta a um comportamento mais firme do governo, que quer aprovar ainda neste mês alterações nas regras das tarifas bancárias.

O alerta feito pelos banqueiros foi minimizado pelo ministro da Fazenda. Ao ser questionado se haveria chance de as mudanças afetarem o crédito e acesso aos serviços, Mantega foi taxativo: "De jeito nenhum". "Isso não tem nenhuma razão para afetar. Apenas estamos dizendo ao consumidor aquilo que está pagando e o que ele poderia pagar em outro banco", disse. Ele repetiu que as negociações tratam de três temas principais: padronização, limitação e extinção de algumas tarifas. Entre os itens que o governo quer extinguir, estão a TAC (tomada de empréstimos) e a TLA.

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