Berzoini x Tatto: 2º turno petista deu "direita" e "centro"

Jilmar Tatto e sua maior apoiadora, Marta Suplicy
Os números fornecidos na tarde de segunda-feira (3) pelo Diretório Nacional da sigla "ainda estão sujeitos a alteração", porém a tendência ficou mais nítida em relação à primeira parcial, de domingo à noite. A votação em Berzoini caiu três pontos percentuais (ele tinha 46,5% na primeira prévia), afastando a hipótese de uma decisão já no primeiro turno. Ao mesmo tempo, a distância entre Tatto e o terceiro colocado, José Eduardo Cardozo, ampliou-se de menos de dois para mais de cinco pontos, tornando improvável uma mudança dos nomes no segundo turno, dia 16.
No reduto paulista Tatto chega a 42%
O quatro colocado na disputa, Valter Pomar, confirmou a tendência ao adiantar para a Folha Online qual será sua posição em 16 de dezembro. "Nosso grande desafio é unir as forças que se opõem a Berzoini e impor a ele uma derrota", disse Pomar.
A parcial do Diretório Nacional não inclui ainda toda a votação em São Paulo. Conforme dados do PT-SP, com 174 mil votos apurados no estado que é tradicionalmente o maior colégio nas eleições petistas ainda pode melhorar a colocação de Tatto. Ele obtinha 42,2% dos votos paulistas, à frente de Berzoini, que tinha 34,5%. Na capital de São Paulo, principal bastião de Tatto, este tinha mais que o dobro da votação do atual presidente.
A parcial divulgada pelo PT-RS dava José Eduardo como primeiro colocado, a do PT-BA situava Walter Pomar à frente e no PT-RJ quem vencia era Berzoini. Nenhum outro colégio eleitoral, porém, se compara em número ao de São Paulo, que decide o processo do PED - como é conhecida a eleição interna petista, que ocorre pela terceira vez (a primeira foi em 2001).
Jilmar Tatto e seus irmãos
Menos conhecido que o seu adversário no plano nacional e fora dos círculos partidários, Jilmar Tatto, da chapa Partido é Pra Lutar, tem como principal apoiadora a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy. Professor e empresário, 37 anos, projetou-se a partir dos movimentos comunitários da zona sul paulistana e está no primeiro mandato em Brasília.
Jilmar em estreita articulação com seus irmãos Enio Tatto (deputado estadual) e Arselino Tatto (vereador em São Paulo), com quem forma o grupo conhecido como Família Tatto. Controlando grande número de filiados no PT na Grande São Paulo, a Família tem peso determinante no PED.
Durante a campanha do primeiro turno, Tatto se apresentou como "a renovação" e descreveu Berzoini como "o continuísmo". Ao mesmo tempo, assumiu de público a nomenclatura do "centro" e da "direita". "Minha candidatura é de centro e a dele (Berzoini) é direita, dentro do espectro petista", afirmou, para O Globo Online.
Os números da segunda prévia
A previsão do secretário de Organização do PT, Romênio Pereira, é de que mais de 90% dos votos estejam apurados até as 19 horas de terça-feira (4). Então será possível dizer com certeza matemática se haverá ou não segundo turno e com quais concorrentes.
Em um processo complexo, os eleitores do PED votam para presidente e também para chapa, nos níveis nacional, estadual e municipal. O voto por chapa define a participação proporcional no Diretório petista em cada escalão. Veja os números da segunda parcial divulgados pelo PT:
Candidatos a presidente do PT
Ricardo Berzoini - 70.240 - 43,08%
Jilmar Tatto - 38.375 - 23,54%
José Eduardo Cardozo - 29.193 - 17,91%
Valter Pomar - 17.907 - 10,98%
Gilney Viana - 4.641 - 2,85%
Markus Sokol - 1.681 - 1,03%
José Carlos Miranda - 992 - 0,61%
Brancos - 8.783
Nulos - 3.077
Total - 174.889
Chapas concorrentes
Construindo um Novo Brasil - 42,87%
Partido é Pra Lutar - 22,6%
Mensagem ao Partido - 15,37%
A Esperança é Vermelha - 10,48%
Militância Socialista - 4,17%
Movimento Popular - 1,45%
Terra, Trabalho e Soberania - 1,3%
Democracia Pra Valer - 1,11%.
Da redação, com agências