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16º Congresso da Federação

Brasil paga quatro vezes o orçamento anual do Bolsa Família em juros

O Brasil é o país entre as grandes economias do mundo que mais paga juros da dívida pública em relação ao seu Produto Interno Bruto (PIB). A dívida pública do país superou os 84,7% do PIB em 2023 e os juros pagos sobre essa dívida representaram em torno de 6% do PIB.

É o que diz um relatório que o Conselho de Estabilidade Financeira (FSB, na sigla em inglês) enviou para a cúpula dos líderes do G20 no Rio de Janeiro.

Conforme o IBGE, o PIB brasileiro no ano passado foi de R$ 10,9 trilhões. Considerando a estimativa do FBS, o custo de juros foi então de R$ 649 bilhões. A soma é quatro vezes maior que o orçamento anual do Bolsa Família, que em 2024 está previsto para fechar em R$168,6 bilhões.

Em comparação, entre 24 países pesquisados pelo FSB, a Argentina com dívida pública que atingia 154,5% do PIB, quase o dobro daquela do Brasil , pagou de juros o equivalente a 2,4% do PIB. Entre os desenvolvidos, o Japão tem dívida pública de 252,3% do PIB, mas pagava de juros o equivalente a 0,12% do PIB.

Os juros elevados tornam o custo da dívida brasileira desproporcionalmente alto. Essa situação impacta negativamente a capacidade do país de investir em áreas essenciais para o desenvolvimento econômico e social.

O relatório do FSB destaca que os encargos elevados com juros estão ligados a políticas fiscais expansionistas e ao aumento da dívida pública. Na última reunião do Copom, terminada no dia 6 de novembro, o Banco Central, capitaneado pelo neoliberal Roberto Campos Neto, anunciou a elevação da Selic (a taxa básica dos juros brasileiros) de 10,75% para 11,25% ao ano.

Para justificar o aumento, o comitê citou imprevisibilidades na economia global diante da nova presidência eleita nos Estados Unidos.

Para o FSB, ao optar por seguir com políticas fiscais expansionistas e a elevação da dívida pública, os países pressionam ainda mais os custos de financiamento e investimento. Em economias emergentes como o Brasil, essa dinâmica é agravada por vulnerabilidades estruturais, comprometendo a sustentabilidade fiscal e amplificando riscos de instabilidade econômica.

Além disso, a comparação com países desenvolvidos evidencia o peso desproporcional dos juros no Brasil. Enquanto a média dos países ricos é de cerca de 1% a 3% do PIB, a taxa brasileira é quase o dobro da de muitas economias com maior capacidade de endividamento, o que sugere ineficiências na gestão macroeconômica e nos custos associados à dívida.

Essa combinação de juros altos e dívida pública relativamente elevada é apontada como um entrave para o crescimento econômico, limitando recursos para investimentos estratégicos e pressionando a sustentabilidade fiscal.

Fonte: Portal Vermelho.

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