Caixa não atende reivindicações e ameaça com TST
(São Paulo) A Caixa Econômica Federal apresentou na negociação desta quinta-feira, dia 4, uma proposta que não avança quase nada em relação a que foi recusada nas assembléias. E numa atitude arcaica, típica da ditadura, ameaçou: se os bancários não aceitarem um acordo e encerrarem a greve esta semana, a direção do banco vai apelar para a Justiça do Trabalho e ajuizar o dissídio coletivo na segunda-feira. Os representantes dos bancários na mesa de negociação repudiaram a ameaça da Caixa, algo inconcebível dentro de um banco comandado por um governo democrático e popular.
Foram dois dias consecutivos de negociações e intensos debates entre os bancários e a Caixa, até que, nesta quinta-feira à noite, o banco decidiu apresentar algo. A proposta apresentada limita-se ao cumprimento dos itens econômicos acordados com a Fenaban e não avança nas reivindicações específicas. Para que a proposta fosse melhor, a única diferença que a Caixa apresentou foi o aumento do valor da antecipação da primeira parcela da PLR.
Sobre as reivindicações específicas, o banco apenas assume um "compromisso" com a estruturação de um projeto de unificação das tabelas de remuneração da carreira administrativa; com o aumento do número de bolsas de incentivo à graduação de 4.000 para 4.100; o pagamento do auxílio-creche na data do nascimento do filho (hoje é pago a partir do terceiro mês), entre outros.
Os representantes dos empregados falaram aos negociadores do banco que é uma contradição da Caixa criar uma vice-presidência em nome do aprimoramento das relações com o seu quadro de pessoal e, na primeira oportunidade, demonstrar exatamente o contrário do que tem pregado.