Menu
9º Encontro da Juventude Bahia e Sergipe

Consumo avança 5,9% no semestre, maior taxa desde 1997

Principal componente do PIB, o consumo das famílias cresceu 5,9% no primeiro semestre deste ano. Foi o melhor desempenho desde os seis primeiros meses de 1997 (7,1%), quando o país ainda vivia os efeitos positivos da estabilidade trazida pelo Real (1994).
No segundo trimestre, a expansão ficou em 5,7% ante o mesmo período de 2006 -pouco abaixo dos 6% do primeiro trimestre. Pelo 15º quinto trimestre consecutivo (período equivalente a cinco anos), as famílias gastam mais com consumo. Na comparação livre de influências sazonais com o primeiro trimestre, a alta foi de 1,5%.
Apesar da desaceleração no segundo trimestre, especialistas ouvidos pela Folha dizem que o consumo continua em um nível elevado.
Segundo Rebeca Palis, gerente de Contas Nacionais do IBGE, crédito maior para pessoas físicas -alta de 26,5% em termos nominais no segundo trimestre- e juros mais baixos explicam o bom desempenho do consumo. Outro importante fator, diz, é o aumento da massa salarial (5,2%) -resultado do crescimento tanto do emprego como da renda média.
Com mais crédito e dinheiro no bolso, as famílias foram às compras. O resultado rebateu no crescimento do comércio -8,1% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2006. Nos primeiros três meses do ano, a expansão foi de 2%. Foi o segundo melhor desempenho dos subsetores do PIB, atrás apenas de intermediação financeira (bancos e seguros) -alta de 9,6%.
De um valor total do PIB de R$ 630,2 bilhões no segundo trimestre, as despesas de consumo das famílias com bens e serviços somaram R$ 379,6 bilhões -ou 60%. No primeiro semestre, o PIB brasileiro ficou em R$ 1,228 bilhão.

Consumo reprimido
Segundo Joel Bogdanski, economista do Itaú, sempre houve no país "um consumo reprimido", que pôde ser atendido graças às expansões da renda e do crédito. "Essa tendência se acelerou neste ano e vai continuar", disse.
Para o economista, a injeção de recursos de programas sociais como o Bolsa Família em áreas mais pobres também favoreceu o consumo, embora numa escala menor.
Já Bráulio Borges, da LCA, avalia que o consumo deve desacelerar no segundo semestre. Isso porque o "repique" dos preços dos alimentos fará sobrar menos dinheiro para outras despesas. Neste ano, a alta já acumula 6,73% -em todo o ano de 2006, foi de 1,22%.
Ainda assim, o economista estima que o consumo crescerá na faixa de 5,5% em 2007 -menos do que a projeção original de 6%. Já o consumo do governo cresceu 1,6% no segundo trimestre ante igual período de 2006, menos do que os 2,4% dos três primeiros meses do ano.

Efeito em cascata
O ritmo forte da demanda doméstica (tanto do consumo das famílias como dos investimentos) gerou um efeito positivo em vários setores, especialmente de serviços.
É o caso de serviços de informação (telefonia, informática e outros) -alta de 7,5%- e distribuição e geração de energia, água e gás (6,1%).
O setor de serviços como um todo teve crescimento de 4,8% no segundo trimestre.
"Quando o PIB e o consumo crescem, serviços de telefonia, energia e outros naturalmente aumentam", disse Roberto Olinto Coordenador de Contas Nacionais do IBGE.

Adicionar comentário


Código de segurança
Atualizar