Desemprego e delinqüência são as maiores preocupações dos latinos
Já o temor da delinqüência, com 17%, cresceu 1 ponto percentual em relação a 2006, mas possui uma curva ascendente desde 1995. Segundo o Estudo, a delinqüência era um problema "menor" na região - menos de 10% das preferências até 2004 . Após essas duas preocupações, estão: a economia, problemas econômico-financeiros, com 11%, e a corrupção também com 11%.
A organização Latinobarómetro atribui a queda da preocupação com o desemprego à consistente diminuição na América Latina com o fim da crise asiática e com o aumento da participação trabalhista. De acordo com dados da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), a participação no mercado de trabalho deverá ficar este ano em torno de 54%.
Dos 18 países pesquisados, a delinqüência é o principal problema em oito: Venezuela, Guatemala, El Salvador, Chile, Argentina, Honduras, Costa Rica e Brasil. Em relação aos seis de 2006, somaram-se Brasil e Chile. No México, a delinqüência e desemprego têm praticamente o mesmo grau de importância, 14% e 13%, respectivamente, enquanto nos outros nove países o desemprego ainda é o maior medo.
À medida que diminui a importância do desemprego como problema principal, aumenta a da delinqüência. "Isto é significativo porque sabemos que a delinqüência não é conjuntural como o tema do desemprego e não se soluciona com crescimento econômico. Isto abre portas para o surgimento de novos problemas com maiores graus de complexidade, na medida em que alguns se tornam menos importantes. A delinqüência com estados débeis e pobreza é uma fonte que dificulta a governabilidade", disse o estudo.
Entre 2006 e 2007, a preocupação de ficar desempregado caiu de 67% para 64% em toda a América Latina. Na República Dominicana, há o maior índice de trabalhadores com medo de perder os empregos: 78%. Isso, apesar de o país ter um alto grau de crescimento, próximo de 10%. Esse temor está relacionado, segundo o estudo, à taxa de analfabetos, de 30%, da população.
Depois da República Dominicana, El Salvador e Equador, com 77% e 75% respectivamente, são os países onde mais se teme o desemprego. Os três países, em que os trabalhadores menos temem perder o emprego nos próximos dez meses são: Costa Rica, Uruguai e Argentina, com 49%, 39% e 35%, respectivamente.
A Argentina destaca-se inclusive quando comparada às outras duas economias que compõem com ela as três mais importantes da região; pois, entre 2004 e 2007, a preocupação com o desemprego caiu de 70% para 35% na Argentina, enquanto no mesmo período passou apenas de 80% para 69% no México e de 72% para 70% no Brasil.