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9º Encontro da Juventude Bahia e Sergipe

Investimento cresce 13,8% e pode conter a inflação

Os investimentos na economia se aceleraram no primeiro semestre. O crescimento de 10,6% superou o dos seis primeiros meses de 2006: 8,5%. Foi a melhor marca desde o primeiro semestre de 1997 (11,1%).
A tendência se repetiu nos dados trimestrais. O crescimento foi de 13,8% no segundo trimestre ante igual período de 2006, a maior taxa desde o segundo trimestre de 2004 (14%). No primeiro trimestre, a expansão havia sido de 7,3%. As empresas investem mais há 14 trimestres consecutivos, desde o início de 2004.
Na comparação livre de influências sazonais com o primeiro trimestre, quando a expansão havia sido de 2,7%, o crescimento ficou em 3,2%.
Segundo o IBGE, os fatores que sustentaram o bom dinamismo do investimento são os juros mais baixos e o crédito farto às empresas. A Selic média baixou 15,7% no segundo trimestre de 2006 para 12,6%. Já os financiamentos a pessoas físicas aumentaram 23% em termos nominais.
Para Rebeca Palis, gerente das Contas Trimestrais do IBGE, todos os componentes do investimento tiveram bom desempenho no segundo trimestre: construção civil e produção e importação de máquinas e equipamentos.
Os economistas são unânimes ao apontarem os efeitos positivos da alta nos investimentos. "Os investimentos continuam crescendo mais do que o consumo das famílias, o que é positivo para efeitos de ampliação futura da capacidade produtiva do país", disse Octavio de Barros, diretor do Bradesco.
"É importante que o investimento esteja crescendo, o que sugere que o crescimento brasileiro pode entrar em um ciclo mais duradouro. Talvez esse não seja um vôo de galinha, que sempre acontece com investimento em baixa", disse João Sicsú, da UFRJ, futuro diretor do Ipea.
No segundo trimestre, a consultoria LCA estimou uma alta de 19,4% nos investimentos em máquinas e equipamentos -maior marca desde o primeiro trimestre de 1997. A alta na construção civil ficou em 6,3%.
Tal perfil sinaliza que, no futuro, a economia do país terá um potencial maior de crescimento, pois está aumentando sua capacidade de produção. Cerca de 50% do investimento é composto por máquinas e equipamentos.
Com o crescimento superior à média da economia, a taxa de investimento subiu no segundo trimestre. Chegou a 17,7% do PIB, a melhor marca desde o segundo trimestre de 2000, quando teve início a nova série do PIB em valores do IBGE. No segundo trimestre do ano, as empresas investiram R$ 118,8 bilhões, considerando também os estoques acumulados.
Como os investimentos devem continuar em alta no segundo semestre, a projeção da LCA é que eles cresçam 10,9% em 2007. Em 2006, os investimentos subiram 8,7%.
"A boa notícia é que a expansão está sendo puxada por investimento. Dá sustentação para o crescimento do país", disse Ricardo Amorim, do banco West LB. E acrescentou que mais investimentos eleva a produção e a oferta, o que pode reduzir pressões inflacionárias com a demanda em alta.
"Não tenho maiores preocupações com a demanda. Ela está relativamente forte, mas não acho que esteja aquecidíssima. Isso se vê primeiro porque o investimento cresce bem mais do que o PIB, o que significa que não estamos ficando com uma situação mais apertada do ponto de vista do equilíbrio entre oferta e demanda. Em segundo, porque olhando para os dados de inflação, quando se tira alimentos, a inflação no Brasil está estável e em patamares baixos. Nem há sinal de que esteja gerando pressão inflacionária."
O crescimento da renda gerada pelo país também permitiu o aumento da taxa de poupança, que subiu para 19% do PIB no segundo trimestre. Foi a mais alta taxa desde o segundo trimestre de 2004 (20,3%).

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