Lucros dos bancos pagam reivindicações
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São Paulo - Após duas semanas da entrega das reivindicações pelos trabalhadores à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), a partir desta quinta-feira, dia 23, começam as negociações para a renovação do acordo coletivo nacional da categoria. Os debates ocorrem em meio à divulgação do lucro líquido do primeiro semestre de algumas das principais instituições financeiras. O Itaú liderou o ranking, com R$ 4,01 bi, 35,7% mais que igual período no ano passado. Foi seguido pelo Bradesco, com R$ 4 bi, alta de 27,9%, e pelo Unibanco, com R$ 1,4 bi, 33% maior. O Real ABN lucrou R$ 1,2 bi, crescimento de 84%, e o Santander, R$ 539 mi, 112% a mais. O Banco do Brasil, embora com queda em relação ao ano passado, ficaria com a terceira colocação, com R$ 2,5 bi. No entanto, todos, sem exceção, tiveram na expansão do crédito - o que requer trabalho direto do bancário - uma das razões para que obtivessem esses resultados. "O principal responsável por esse desempenho foi o bancário e essa é a hora de ele ser reconhecido por todo o esforço. É isso que vamos reforçar nas negociações e que, com tamanhos lucros, os bancos podem pagar", afirma o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino. "Estamos dispostos a resolver a campanha por meio do diálogo, mas caso isso não ocorra a categoria irá intensificar a mobilização para arrancar acordo digno." Remuneração variável - Uma das reivindicações dos bancários - veja outras na página 3 desta edição - é a contratação da remuneração variável. "Em muitos casos essa verba já corresponde a 50% do salário do bancário. No entanto, o controle da forma de pagamento, quem recebe, quando e como é feito o crédito, tudo está nas mãos dos banqueiros", destaca Marcolino. Para mudar essa realidade, o Sindicato apresentou aos banqueiros a seguinte proposta: distribuição de 5% da receita com prestação de serviços de forma igualitária entre todos os bancários, com pagamento a ser feito após a publicação do balanço trimestral. Veja na tabela ao lado simulação a partir do balanço semestral de 2007, caso a reivindicação já estivesse valendo. Além disso, 10% de toda a produção da agência devem ser distribuídos entre os trabalhadores de forma igualitária. A proposta estabelece ainda a incorporação anual nos salários de um percentual de tudo o que for recebido, o que representaria ganho também no INSS, férias, 13º salário, FGTS e aposentadoria.
Jair Rosa - Contraf |