População negra é a mais afetada pela covid-19

Entre 11 e 26 de abril, as mortes de pessoas negras que foram confirmadas com a covid-19 passou de 180 para 930. Já as mortes de pessoas brancas com a mesma doença, no mesmo período, chegaram a pouco mais que o triplo. Todas as mortes foram confirmadas pelo Governo Federal.

Além disso, a quantidade de brasileiros negros hospitalizados por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causada por coronavírus aumentou para 5,5 vezes. Entre negros, há uma morte a cada três hospitalizados por SRAG causada pelo coronavírus; já entre brancos, há uma morte a cada 4,4 hospitalizações.

Esse é o retrato da desigualdade no país, em que o indivíduo que tem seu plano de saúde, acesso ao hospital privado, rapidamente é atendido, já os que não tem esse privilégio, devem esperar para serem atendidos.

Em Salvador, enquanto 22,3% da população total da capital baiana estava abaixo da linha de pobreza em 2018 (637 mil pessoas), entre as pessoas brancas o percentual caía para 15,2% (71 mil). Entre as pretas ou pardas, o percentual subia para 23,6% (558 mil). Era a 19ª maior diferença (8,4 pontos percentuais) entre as 27 capitais.

É a população negra a mais vulnerável e que encontra mais dificuldades para adotar o isolamento social e interromper o seu trabalho. Em muitas favelas de Salvador, moradores também reclamam constantemente da falta de água, essencial para a higienização, já que o álcool em gel, não é acessível a todos.