Tabaco faz cinco milhões de vítimas por ano
E, segundo a OMS, as expectativas futuras não são positivas, caso não se tome medidas radicais. Atualmente morrem cinco milhões de pessoas por ano, vítimas do fumo. Esse número pode chegar a oito milhões em 2030. Durante o século XXI, o fumo poderia matar até 1 bilhão de pessoas.
O pacote MPOWER é apontado pela OMS como um dos caminhos. São seis medidas políticas para prevenirem os jovens de começarem a fumar, para ajudarem os fumantes a deixar o vício e para livrarem os não fumantes da exposição à fumaça ambiental.
Entre as medidas estão o monitoramento do consumo e das políticas de prevenção; proteger as pessoas de fumarem o tabaco; oferecer ajuda para quem quer parar de fumar; tornar pública razões do perigo de fumar; aplicar proibições de publicidade, patrocínio e promoção do fumo; e elevar os impostos sobre o tabaco.
Os estudiosos da OMS defendem que aumentar os impostos, e conseqüentemente os preços, do tabaco é a maneira mais eficiente de desencorajar os jovens a fumar. Segundo o estudo, um aumento de 70% no preço do tabaco evitaria um quarto das mortes por ele provocadas. Com o aumento de 10% das taxas tributárias, a diminuição das mortes seria de 4% nos países ricos e de 8 % nos países de média e baixa renda.
No entanto, "o mundo em desenvolvimento" deverá ser o mais afetado pela epidemia de tabaco nos próximos anos. Segundo o relatório da OMS, 80% das mortes relacionadas ao tabaco acontecerão em países em desenvolvimento da América Latina, Ásia e África.
A Organização Mundial de Saúde alerta ainda que somente 5% da população mundial é protegida por leis anti-tabagistas e destaca: a epidemia de tabaco, uma das maiores ameaças à saúde pública dos tempos modernos, é perfeitamente evitável.
A ajuda para quem quer parar de fumar é bastante precária. Apenas 9 países no mundo têm programas plenamente disponíveis para tratar quem quer parar de fumar, assim só 5% da população mundial tem acesso a esses tratamentos. Além disso, em apenas 15 países é obrigado ter uma advertência sobre o perigo do fumo, e em apenas 4 deles essa obrigação é cumprida.
Para a OMS, os governos são responsáveis ainda por esses números porque disponibilizam um baixo orçamento para o financiamento de campanhas contra o fumo e de controle global do mesmo.