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55 anos da Federação

A Importância do BB e da CEF


Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje, ocupo esta tribuna para tecer alguns comentários a respeito de 2 importantes instituições financeiras públicas do nosso País, precisamente para ressaltar a importância delas: o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.

E o faço, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, motivado pela preocupação decorrente de notícias que vêm sendo veiculadas na imprensa sobre o desempenho dessas instituições em comparação com os bancos privados, na corrida pela obtenção de lucros e rentabilidade. Os rumores de que o BB e a CEF poderão se fundir, conforme veiculou o Jornal Correio Braziliense, na edição de domingo, dia 3 de junho em matéria de página inteira, me chamaram bastante a atenção.

Confesso que a notícia me traz preocupações, uma vez que, recentemente, por meio de servidores do Banco do Brasil e da imprensa, tomei conhecimento de megaplano de reestruturação do banco, o qual, pelo que se sabe, prevê a extinção de 4.284 postos de caixas, transferência de funcionários, fechamento de agências e de pontos de atendimento, incentivos à demissão voluntária, antecipação de aposentadorias e terceirização de mão-de-obra, conforme já me referi aqui em outra oportunidade e tratei em audiência pública da Comissão do Trabalho.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, as discussões sobre essas instituições financeiras não podem ocorrer dissociadas do seu papel social.

A Caixa, criada em 1861 - portanto, com mais de 140 anos de atuação - é uma empresa 100% pública e o principal agente financeiro na aplicação das políticas públicas do Governo Federal, e, de uma forma ou de outra, está presente na vida de milhões de brasileiros. Atende não apenas aos seus clientes, mas a todos os trabalhadores formais do Brasil, e por priorizar setores como habitação, saneamento básico e infra-estrutura, assume papel fundamental na promoção do desenvolvimento urbano e social do País.

O Banco do Brasil, criado em 1808, tem quase 2 séculos de existência e sempre esteve intrinsecamente ligado à história e à vida do País. E, graças ao trabalho valoroso dos seus funcionários, está entre as maiores instituições financeiras da América Latina, com mais de 12 mil pontos de atendimento no Brasil, 32 dependências no exterior e parcerias internacionais que permitem ao cliente acesso a serviços no mundo todo.

O Banco do Brasil teve, em 2006, um lucro líquido de mais de R$6 bilhões, contra pouco mais de R$4 bilhões em 2005. E a CEF, só no primeiro trimestre deste ano, acumulou o lucro recorde de mais de R$778 milhões, ou seja, 11% a mais que o obtido no mesmo período do ano anterior.

Há de ressaltar ainda, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a expansão do crédito dessas 2 instituições, sobretudo nos últimos 5 anos. A CEF, por exemplo, até maio deste ano, já liberou R$5,7 bilhões para a habitação, distribuídos em mais de 200 mil operações que beneficiaram mais de 800 mil pessoas. No período de 2003 a 2006, a instituição quadruplicou suas concessões de crédito comercial, triplicou os créditos imobiliários e dobrou as concessões a pessoas físicas, gerando somente no ano passado mais de R$60 bilhões de crédito para a economia.

Durante o governo de FHC, que privatizou quase todo o patrimônio do nosso País, os bancos públicos viveram à sombra dos fantasmas das privatizações. Milhares de postos de trabalho foram fechados naquele período e ampliou-se a terceirização, até nas chamadas áreas-fins. Os bancários reagiram bravamente, mobilizando a sociedade contra este golpe. Hoje, graças ao empenho dos bancários e a eleição de Lula, estes bancos foram recuperados e voltaram a cumprir o seu papel social.

E mais, desenvolvem políticas de assistência social, incentivo à cultura e apoio ao esporte.

Agora mesmo, às vésperas do PAN, quando o noticiário esportivo ganha espaço nos meios de comunicação, o que podemos ver é que são Caixa e Banco do Brasil (junto com a PETROBRAS, ELETROBRAS, Correios e INFRAERO) os principais patrocinadores das modalidades olímpicas em nosso País. Os jogos Pan-americanos, por exemplo, tem a Caixa e PETROBRAS como dois dos cinco patrocinadores oficiais.

A Caixa é patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Atletismo e da Confederação Brasileira de Ginástica. Já o Banco do Brasil é o patrocinador oficial da Confederação Brasileira de Vôlei e da Confederação Brasileira de Futsal.

No interior do País, muitas cidades dependem dos bancos públicos para o fomento ao desenvolvimento. Com a privatização dos bancos estaduais, durante o governo FHC, muitos municípios ficaram sem qualquer agência bancária. Até em grandes cidades, os bairros periféricos perderam as agências. Com a nova orientação política do governo Lula, Banco do Brasil e Caixa voltaram a atuar nesses locais, onde a banca privada nem pensa em chegar.

E os resultados estão aí. Mesmo com a gradativa recuperação de seu papel social, estas instituições continuam dando lucro.

Não podemos permitir que os fantasmas de outrora voltem a pairar entre nós e apontem suas baterias contra os bancos públicos, as chamadas jóias da coroa no programa de privatização da oitiva fernandista (parafraseando o ex-Deputado Delfim Neto). Sempre que os bancos privados têm oportunidade, utilizam-se de seus instrumentos ideológicos para apontar os bancos públicos como problemáticos ou deficitários, fatos que não se confirmam com uma olhada atenta nos números.

Do contrário, estou certo de que os bancos públicos - BB, CEF e BNB - precisam, sim, ser fortalecidos e estruturados cada vez, mais para que possam continuar desempenhando o seu papel social.

Este é nosso desejo, e é por isso que iremos lutar sempre.

Era o que tinha a dizer.

 
* Daniel Almeida, Deputado Federal PCdoB - BA
Fonte: www.camara.gov.br – Pronunciamento 12/06/07

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