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9º Encontro da Juventude Bahia e Sergipe

Aos sábados, não!

Valter Moraes
Não é uma mera discussão ou simplesmente natural, o trabalho bancário aos sábados, já que existe uma legislação que regula o funcionamento dos bancos de segunda a sexta, em horário estipulado para atendimento ao cliente.

Os bancos começaram a pressão para o funcionamento de alguns setores aos sábados, querendo inovar na forma de atendimento ao público, o que não é de todo ruim, pois atende setor importante da sociedade ávido por um bom atendimento, coisa que se torna impossível atualmente devido à demanda de serviços e a formatação que os banqueiros dão para o atendimento aos seus clientes, principalmente pela carência altíssima de bancários para cumprir com suas tarefas e do assédio moral que compromete um bom serviço.

O movimente sindical não pode permitir que esse precedente venha ser implantado sem antes passar por uma discussão profunda, sustentada em pesquisas apresentando dados provando ser necessária a abertura das agências bancárias nesse dia, vista que, tem o outro lado da discussão que fica escondida pelos banqueiros, fugindo dela como o diabo foge da cruz: o funcionamento das agências em horário comercial com dois turnos, com admissão de mais bancários, distribuição de renda com salário digno, respeito à dignidade dos bancários e aos clientes.

Um setor lucrativo como os bancos não pode viver eternamente da sua mesquinhez e individualismo, fechado na sua ilha, alheio aos interesses coletivos sem antes atentar para os interesses da sociedade, dos seus funcionários e clientes, financiadores desse grande bolo financeiro concentrado e distribuído para poucos (acionistas).

Portando, temos que travar essa discussão com mais ênfase, para não sermos atropelados pelo sistema financeiro ávido pelo lucro, e sem nenhuma responsabilidade sobre o ser humano, que realiza esse trabalho adquirindo doenças ocupacionais devido à exploração do capital, e dos clientes, que sofrem com filas enormes e com bancários estressados e inseguros, preocupados com o amanhã, pois não pode prever o que poderá acontecer-lhes, enquanto isso os banqueiros nadam em suas piscinas aquecidas pelo lucro exorbitante.

Vamos à luta bancários, precisamos nessa campanha salarial lutar para valorizar nosso trabalho e exigir dos banqueiros mais respeito, e uma nova legislação financeira que vise o trabalhador bancário como ser humano, um sistema financeiro humanizado, voltado para os interesses do Brasil.

*Valter Moraes, filósofo, poeta, diretor regional da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe e funcionário do Bradesco

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