"Gestão de Excelência do Banese é questionável"
O Banese foi recentemente classificado entre as cinco empresas sergipanas para receber o 'Prêmio de Excelência em Gestão' - PEXSE -, organizado pelo Movimento Competitivo Sergipe - MCS -, com apoio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia - Sedetec -, um órgão ligado ao Governo do Estado.
Para oferecer um prêmio desse nível, empresas de certificação costumam levar em conta uma série de fatores. Entre outras coisas, elas verificam o relacionamento das empresas com seus funcionários. Se for feita uma pesquisa de satisfação entre os baneseanos, com certeza será constatada uma grande insatisfação entre eles, sinalizando que a diretoria do Banese está na contramão da administração moderna.
A empresa não deve ter levado em conta esse fator. Ignorou os últimos acontecimentos que geraram grande polêmica até na Assembléia Legislativa, quando houve um embate sério entre deputados. Portanto, é pertinente o questionamento da lisura da indicação desse prêmio. É verdade que o presidente João Andrade diz que está satisfeito com os objetivos alcançados pelo Banese este ano. Ele pode até estar satisfeito. No entanto, quem não está nada feliz são os baneseanos.
Nos últimos quatro anos o Banco vinha negociando normalmente a minuta específica de reivindicação dos funcionários com o Sindicato, mas a direção atual tem resistido. Há exatos 126 dias João Andrade vem se negando a negociar, apesar da insistência do sindicato para efetuar a negociação de forma amistosa.
A direção do Banese não tem levado em conta que nos últimos meses tem experimentado sucessivas derrotas na Justiça, pois todos os processos iniciados pelo sindicato foram julgados procedentes. A Justiça também ordenou o pagamento das gratificações incorporadas aos funcionários, suspensas ilegalmente pelo presidente João Andrade assim que foi empossado.
Além disso, o ano termina e não foi apresentada nenhuma novidade para motivar a equipe, que se encontra bastante desmotivada. Pelo contrário, aumentou o clima de insatisfação, e a justificativa é a de que até agora 'estavam arrumando a casa'. Foi o que o presidente do Banco admitiu na festa de confraternização, ocorrida no último dia 21.
Hoje o dia-a-dia do baneseano é de medo, em decorrência das constantes ameaças e das transferências arbitrárias que vêm ocorrendo sem consulta e sem nenhum critério. Até parece que o interesse é mesmo desestabilizar os funcionários e aumentar o nível de insatisfação, com ações autoritárias e demonstrações de poder.
O Banese não tem política clara de remanejamentos. Funcionários estão sendo transferidos através de e-mails, e com um pequeno prazo para a mudança até de cidade. As empresas têm a prerrogativa de remanejar seus funcionários, mas têm que ter critérios transparentes. No mínimo deveria haver um banco de dados, com informações das pessoas que quisessem ser transferidas para contemplar os interessados.
Ainda tem as demissões irregulares, a exemplo do que ocorreu com o funcionário Aroldo Max Andrade, membro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - Cipa -, reintegrado ao Banco, através de decisão judicial. Por tudo isso os baneseanos encontram-se desmotivados, a auto-estima lá em baixo e sem perspectiva de futuro dentro do banco. Nessa atual direção, passaram a ser comuns ações antidemocráticas, perseguições, humilhação, autoritarismo, opressão ao corpo funcional e corte de direitos adquiridos. Num claro exemplo de assédio moral.
Entre a insatisfação está também a desvalorização profissional. Exemplo disso é a inércia do Banco para chamar os 50 gerentes de negócios aprovados num concurso realizado internamente. Em um ano, apenas 10 deles foram chamados, apesar da evidente demanda para esse cargo. Resta saber se a morosidade é intencional.
Tudo isso reforça a necessidade de negociação da minuta específica que está engavetada e ignorada pela atual Presidência do Banco. A visão no trato com os funcionários dessa empresa estatal está aquém de um governo democrático e vindo da base dos trabalhadores. Mas o que será que o governador Marcelo Déda, que prega uma gestão democrática, acha disso?
O Sindicato dos Bancários quer saber como se justifica um prêmio de excelência a uma empresa que dentro dos seus feitos está o aumento do medo e da insegurança e que tem uma diretoria que não negocia a minuta específica de reivindicações de seus empregados e passou 11 meses arrumando a casa? O Sindicato se solidariza com os baneseanos. Estes sim, merecedores do Prêmio Excelência em Trabalho, Competência e Paciência.
José Souza é presidente do Sindicato dos Bancários e secretário geral da Feeb Base
Para oferecer um prêmio desse nível, empresas de certificação costumam levar em conta uma série de fatores. Entre outras coisas, elas verificam o relacionamento das empresas com seus funcionários. Se for feita uma pesquisa de satisfação entre os baneseanos, com certeza será constatada uma grande insatisfação entre eles, sinalizando que a diretoria do Banese está na contramão da administração moderna.
A empresa não deve ter levado em conta esse fator. Ignorou os últimos acontecimentos que geraram grande polêmica até na Assembléia Legislativa, quando houve um embate sério entre deputados. Portanto, é pertinente o questionamento da lisura da indicação desse prêmio. É verdade que o presidente João Andrade diz que está satisfeito com os objetivos alcançados pelo Banese este ano. Ele pode até estar satisfeito. No entanto, quem não está nada feliz são os baneseanos.
Nos últimos quatro anos o Banco vinha negociando normalmente a minuta específica de reivindicação dos funcionários com o Sindicato, mas a direção atual tem resistido. Há exatos 126 dias João Andrade vem se negando a negociar, apesar da insistência do sindicato para efetuar a negociação de forma amistosa.
A direção do Banese não tem levado em conta que nos últimos meses tem experimentado sucessivas derrotas na Justiça, pois todos os processos iniciados pelo sindicato foram julgados procedentes. A Justiça também ordenou o pagamento das gratificações incorporadas aos funcionários, suspensas ilegalmente pelo presidente João Andrade assim que foi empossado.
Além disso, o ano termina e não foi apresentada nenhuma novidade para motivar a equipe, que se encontra bastante desmotivada. Pelo contrário, aumentou o clima de insatisfação, e a justificativa é a de que até agora 'estavam arrumando a casa'. Foi o que o presidente do Banco admitiu na festa de confraternização, ocorrida no último dia 21.
Hoje o dia-a-dia do baneseano é de medo, em decorrência das constantes ameaças e das transferências arbitrárias que vêm ocorrendo sem consulta e sem nenhum critério. Até parece que o interesse é mesmo desestabilizar os funcionários e aumentar o nível de insatisfação, com ações autoritárias e demonstrações de poder.
O Banese não tem política clara de remanejamentos. Funcionários estão sendo transferidos através de e-mails, e com um pequeno prazo para a mudança até de cidade. As empresas têm a prerrogativa de remanejar seus funcionários, mas têm que ter critérios transparentes. No mínimo deveria haver um banco de dados, com informações das pessoas que quisessem ser transferidas para contemplar os interessados.
Ainda tem as demissões irregulares, a exemplo do que ocorreu com o funcionário Aroldo Max Andrade, membro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - Cipa -, reintegrado ao Banco, através de decisão judicial. Por tudo isso os baneseanos encontram-se desmotivados, a auto-estima lá em baixo e sem perspectiva de futuro dentro do banco. Nessa atual direção, passaram a ser comuns ações antidemocráticas, perseguições, humilhação, autoritarismo, opressão ao corpo funcional e corte de direitos adquiridos. Num claro exemplo de assédio moral.
Entre a insatisfação está também a desvalorização profissional. Exemplo disso é a inércia do Banco para chamar os 50 gerentes de negócios aprovados num concurso realizado internamente. Em um ano, apenas 10 deles foram chamados, apesar da evidente demanda para esse cargo. Resta saber se a morosidade é intencional.
Tudo isso reforça a necessidade de negociação da minuta específica que está engavetada e ignorada pela atual Presidência do Banco. A visão no trato com os funcionários dessa empresa estatal está aquém de um governo democrático e vindo da base dos trabalhadores. Mas o que será que o governador Marcelo Déda, que prega uma gestão democrática, acha disso?
O Sindicato dos Bancários quer saber como se justifica um prêmio de excelência a uma empresa que dentro dos seus feitos está o aumento do medo e da insegurança e que tem uma diretoria que não negocia a minuta específica de reivindicações de seus empregados e passou 11 meses arrumando a casa? O Sindicato se solidariza com os baneseanos. Estes sim, merecedores do Prêmio Excelência em Trabalho, Competência e Paciência.
José Souza é presidente do Sindicato dos Bancários e secretário geral da Feeb Base

