Primeiro de Maio classista e de luta!

Durante os séculos XVIII e XIX,
primórdios do capitalismo, a superexploração tinha como uma das marcas
salientes as jornadas de trabalho longas e extenuantes. Nesse período,
chegava-se a trabalhar até dezessete horas diárias. Não havia legislação
para limitar a jornada de trabalho ou assegurar direitos como folga,
férias e aposentadorias.
Diante de tanta exploração, o
resultado inevitável foi a multiplicação de greves e protestos por
direitos, o principal deles a defesa da jornada de trabalho de oito
horas. Uma greve importante, que deu origem às comemorações do primeiro
de maio, foi a de Chicago, nos Estados Unidos, em maio de1886.
A greve começou exatamente em 1º de
maio de 1886. Houve confrontos violentos com a polícia. Líderes do
movimento, conhecidos como os Mártires de Chicago (*), foram presos,
julgados e condenados. Esse movimento entrou para a história como o
início da luta pelas oito horas semanais.
Em 20 de junho de 1886, reunido em
Paris, o Congresso da Internacional Socialista aprovou a data de 1º de
maio como dia de luta a ser comemorado todos os anos pela redução da
jornada de trabalho, em homenagem aos Mártires de Chicago.
Emblematicamente, o "Labour Day", nos EUA é comemorado em outra data, na
primeira segunda-feira de setembro.
No Brasil, a primeira comemoração do
1º de maio foi em Santos, no ano de 1895. Em setembro de 1925, o dia se
transformou em feriado, por decreto presidencial. A própria Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT) surge no dia 1º de maio de 1943. Durante
muitos anos, o reajuste do salário mínimo no país era anunciado nesse
dia.
Essa breve retrospectiva histórica
mostra a importância da celebração do primeiro de maio, data com caráter
classista, pautado principalemte pela defesa da redução da jornada de
trabalho. Cento e vinte e seis anos depois da greve de Chicago, ainda
hoje no Brasil essa reivindicação é ponto importante da Agenda da Classe
Trabalhadora, aprovada na II Conclat de junho de 2010.
Nas comemorações desse ano, a CTB e
outras centrais sindicais brasileiras realizarão diversos atos unitários
e massivos na próxima terça-feira, primeiro de maio. "Desenvolvimento
com menos juros, mais salários e empregos" é a palavra de ordem das
centrais. Essa palavra de ordem é de grande atualidade. É o nexo
histórico da luta de hoje com os objetivos estratégicos dos
trabalhadores - a conquista de uma nova sociedade socialista!
Viva o Primeiro de maio!
(*) Mártires de Chicago:
Condenados à prisão: Samuel Fielden,
inglês, 39 anos, operário têxtil (perpétua); Oscar Neebe, americano, 36
anos, vendedor (quinze anos de trabalho forçado).
Condenados à forca: Georg Engel,
alemão, 50 anos, tipógrafo; Adolf Fischer, alemão, 30 anos, jornalista;
Albert Parsons, americano, 39 anos, jornalista; August Vincent Theodore
Spies, alemão, 31 anos, jornalista, Louis Luigg, alemão, 22 anos,
carpinteiro (suicidou-se na prisão).
Nivaldo Santana é vice-presidente da CTB